Sexta-feira. Somente hoje, de manhã, lembrei-me da crônica de sábado. Amanhã. Em cima da hora. Escrever o quê? Que o leitor me perdoe pelo que segue
Sexta-feira. Somente hoje, de manhã, lembrei-me da crônica de sábado. Amanhã. Em cima da hora. Escrever o quê? Que o leitor me perdoe pelo que segue.
Nós, os sacerdotes da Arquidiocese de Uberaba, estivemos, por quatro dias, na pequena cidade de Brodowski, em retiro espiritual. São dias escolhidos para estarmos todos juntos em confraternização, para a oração em comum e para refletirmos. Há um pregador. Neste ano foi nosso próprio Arcebispo. Conversou conosco com muito carinho e atenção. Nossos problemas, nossas lutas, as encrencas em que nos metemos. Este ano foi para nós de muito sofrimento e de muita vergonha sobre as coisas que aconteceram. Apanhamos muito, mas o chicote do Pai deu-nos uma grande liçã ou somos padres segundo a vontade de Deus, ou então é melhor “dar baixa” e cuidar de outras coisas. Foi neste retiro que ouvi uma das melhores pregações de Dom Roque. Falou-nos sobre o sentido simbólico das Bodas de Caná, na Galiléia. O encontro de duas alianças: a Aliança firmada na Lei e a Aliança firmada no Amor.
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Não posso deixar de agradecer a todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, deram-nos apoio no lançamento de nosso livro (meu e do Hugo): as sugestões dadas, o apoio por escrito, todos os que cooperaram na apresentação, o carinho dos amigos que lá estiveram, dos que se referiram a ele de um modo ou de outro. Alguns lembraram-me de termos e expressões que foram esquecidos. Além daquelas várias centenas, outras centenas ficaram de fora. Se houver uma segunda edição, serão acrescentadas. Alguns exemplos: “panca d’água”, “uva”, “Juca Bruno”, “ição”, “fazendas”, “turco”. Quando eu morava na roça, o povo chamava os tecidos de “fazendas” e os mascates de “turcos”.
Por que “fazenda”, não sei. “Turco” era porque os mascates eram libaneses. Vinham com mulas carregadas de malas (bruacas). Naquelas malas havia de tudo. Eram abertas em cima de uma mesa e as donas-de-casa iam comprando. Como esquecer do Jorge? Jorge Hueb, baixinho, zarolho e vivo como o capeta? Dizia meu saudoso amigo Salim que o Jorge Hueb vendia até pedra tapiocanga afirmando que vieram de Jerusalém, terra onde Jesus “bisou”.
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Um cristão perguntou a um ateu: “Como você que não tem fé, consegue viver?” Respondeu o ateu; “Como você que tem fé consegue não ser melhor?”
“O corpo de uma criança é como o Corpo do Senhor: não sou digno de nenhum dos dois”. (Oscar Wilde)
“Eu te amarei eternamente e mesmo depois.” (Heine)
“A melhor comida é angu com fome.” (Provérbio popular)