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Que barata é essa!

De onde vem esse medo que assalta algumas pessoas ao se depararem com baratas, lagartixas, ratos e outros insetos e bichos. Algumas são tomadas de um pânico incontrolável

Gilberto Caixeta
Publicado em 17/11/2009 às 21:12Atualizado em 16/12/2022 às 07:27
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De onde vem esse medo que assalta algumas pessoas ao se depararem com baratas, lagartixas, ratos e outros insetos e bichos. Algumas são tomadas de um pânico incontrolável, que nem água na cara cura. Outras têm os pelos eriçados aos vê-los, que ficam como vassouras de piaçava.  Esses bichos aparecem sempre acompanhados de um engraçadinho a assustar alguém que tem medo. Tenho uma amiga que ficou o dia inteiro no quarto por medo de uma barata na sala. Outro dia ouvi um grito seco cortando os ares, assustando a todos. Ao constatar que a causa era uma barata recebida em caixa de fósforos. Ao abri-la, liberou o berro do horror, matando o engraçadinho de vergonha e se envergonhando consigo mesmo. Mas, o mais hilário foi o caso de uma funcionária que, ao ter a cabeça visitada por uma borboletona, arrancou a blusa para se proteger e se esqueceu que ficara seminua para a alegria da repartição, que pode apreciar belos pares da natureza expostos em peças íntimas. Mas de onde vem tanto medo por esses bichinhos, que em sã consciência não poderiam meter medo? Seja pelo seu tamanho ou pela natureza de não nos atacar. Alguém já se deparou com uma barata preparando o bote para atacar, ou uma borboleta mirando a cabeça de outro, ou uma lagartixa esperando o cidadão dormir para pular sobre a sua barriga e sair correndo, após urinar em sua boca? Esses casos não estão em relatos de pessoas que têm pânico ao ver esses insetos. Talvez seja porque não ouviram a Fátima, minha amiga. Aquela que ficou o dia inteiro no quarto porque havia uma barata no meio da sala. Quando ela tentava sair, a barata corria ao seu encalço e interceptava a sua saída. Era como se a barata soubesse de seu asco, que a imobilizava. E a barata ficou ali, sem ultrapassar a divisória da porta porque não queria ser surpreendida por uma valentia repentina. Ou ser amassada por um sapato, ou travesseiro, mesmo sabendo que Fátima estava sozinha, mas não quis se arriscar. Preferiu a luta em campo aberto, na sala. Por outro lado, podia observá-la, perceber a porta sendo aberta e partir para o ataque. Fátima consumida pelo medo não tinha iniciativa. De vez e outra, a barata se atrevia e enfiava as antenas por debaixo da porta e a retirava com rapidez. Fátima estremecia. Porém buscou forças e começou a sair lentamente do quarto... A barata escondeu... Saiu com o corpo curvado, andando nas pontas dos pés. Ao chegar próximo à porta de saída, a barata correu sob o sofá e a interceptou na saída, arrancando gritos e berros de Fátima. Que retornou correndo para o quarto e continuou a gritar. A barata se divertia, riu tanto que ficou de pernas pra cima sem poder continuar a sua brincadeira. No entanto, os gritos de Fátima chamaram a atenção dos vizinhos, levando à presença dos bombeiros em sua residência. Bateram à porta. Fátima berrou acreditando que era a barata quem batia à porta, que ela havia se agigantado ao ponto de poder bater à porta. Os bombeiros ao ouvirem os gritos de pânico entraram no apartamento, abriram a porta do quarto se deparando com a Fátima pulando sobre eles. Sendo contida com força e paciência, enquanto a barata tentava se desvirar num canto da sala.

(*) professor

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