“Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência.
Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra.
Nunca me servirei da minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu para sempre a minha vida e a minha arte com boa reputação entre os homens; se o infringir ou dele afastar-me, suceda-me o contrário.”
Eis o juramento lapidar do médico, ditado pelo filósofo grego Hipócrates (460 a.C), considerado o pai da Medicina. Tendo o médico como referência, as palavras que direi a seguir, são dedicadas a todos os profissionais da saúde.
Quando tudo está perdido, vamos encontrar a esperança nas mãos daqueles que, doutrinados para servir, se expõem como se a vida do outro fosse a própria. Não têm o direito de escolher o que querem, se diante de si estiver o semelhante a implorar para que lhe acalme a dor. Doar é a única opção e, na maioria vezes, um segundo de tempo a mais ou a menos pode fazer a diferença. Não têm pressa, mas não podem demorar.
Temos visto médicos e seus colegas correlatos darem suas vidas na batalha contra o coronavírus. Eles e elas se jogam no front sem a menor noção de onde surgirá o inimigo. Ao saírem de seus lares, beijam seus entes queridos, feito o soldado que parte para a guerra, não sabendo se voltará vivo para beijá-los novamente.
Se há uma profissão que vai além, com o perdão das outras, inclusive da minha, é a do profissional da saúde. Ao prestarem o juramento, todos os integrantes da área se disponibilizam em fazer do nosso último momento a chance de não deixar a nossa esperança morrer. Esse é o ir além.
As palavras de Hipócrates, ditas há mais de 2.000 anos, se tornam atualíssimas quando o mundo se curva diante da Covid-19 e os zelosos da saúde, nesse momento crucial, ao contrário, emergem de si mesmos com coragem titânica! Não fossem eles, o que seria de nós?
De talentosas inteligências surgirá o stop ao coronavírus. Em consonância com outros seres iluminados, os profissionais da saúde estarão na primeira fileira dos nossos heróis. Assim eles devem ser reconhecidos.