Existiu um movimento artístico, o Futurismo, que, segundo o Houaiss, combatia o sentimentalismo e o individualismo, cultuando a velocidade, a máquina
Existiu um movimento artístico, o Futurismo, que, segundo o Houaiss, combatia o sentimentalismo e o individualismo, cultuando a velocidade, a máquina, o patriotismo e a guerra. Também hoje existe uma espécie de futurista, que não aprecia a singeleza do presente; apenas constrói castelos de areia. Em vez de lutar por seus sonhos, perde sua vida em divagações: vou frequentar um curso superior, fazer uma longa viagem, vou me casar, vou ficar rico, ter uma família... O ser humano se preocupa muito com o passado, faz planos para o futuro, mas se esquece de viver o presente.
A contrapartida desses veneradores do futuro é o chamado saudosista: aquele que, em qualquer situação e por qualquer motivo, vive recordando o passado. Usando a expressão “no meu tempo...”, ele rememora: há muitos e muitos anos, as coisas eram diferentes, havia respeito entre as pessoas, as casas tinham as portas abertas, as janelas não precisavam de grades, não havia criminalidade. E o pensamento se firma naquele momento longínquo, que permanece na lembrança como um lenitivo, compensando os novos tempos.
Não raro, os representantes desses dois grupos (futuristas e saudosistas) se esquecem de viver o presente, de se relacionarem com o próximo, de colaborarem com a comunidade, de darem exemplo de cidadania.
Dessa maneira, quem realmente faz a diferença são os empreendedores, as pessoas pró-ativas, batalhadoras, preocupadas com sua comunidade e com o planeta. Somente essa categoria é capaz de obter resultados marcantes e duradouros, trabalhando com o recurso disponível, o presente. É ela que consegue responder à questão “O que vai ser da humanidade a alguns anos?”
Na verdade, os empreendedores se situam na intersecção entre saudosistas e futuristas, pois, como aqueles, conseguem amadurecer através das experiências passadas e, como os últimos, são capazes de pensar estrategicamente. O diferencial dos agentes de transformação é agirem na vida real.
Para alcançarmos objetivos bem traçados, é necessário trabalharmos o presente, que é, portanto, mais importante que passado e futuro. Um presente laborioso vai se transformar num passado que ocupe um lugar privilegiado na memória.
Aproveitemos, pois, a vida, um dom Divino. Vamos criar, a cada dia, um presente digno de ser lembrado, concretizando as bases de um futuro mais feliz para a família e a comunidade.
(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro