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Pra não dizer que não perseverei

Existem inúmeras ruas de traslado ilógico em Uberaba, porém, utilizarei como exemplos apenas duas: Padre Zeferino e Jaime Bilharinho

Gilberto Caixeta
Publicado em 08/06/2010 às 22:06Atualizado em 20/12/2022 às 06:07
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Existem inúmeras ruas de traslado ilógico em Uberaba, porém, utilizarei como exemplos apenas duas: Padre Zeferino e Jaime Bilharinho, por serem caminhos alternativos de minha roça. Esta liga o bairro Mercês ao Fabrício, enquanto a primeira liga o bairro Estados Unidos ao bairro Fabrício, também. As duas são rotas insanas entre esses bairros. São ruas que têm mão dupla em uma parte e em outros trechos não.

Quando você desce a Jaime Bilharinho sentido Mercês–Fabrício, a mão única facilita o fluxo, mas isto até atravessar a Leopoldino de Oliveira, quando ela passa a ser um gargalo. Uma coisa insana. Subindo a rua, os dois lados sevem de estacionamento entre um fluxo intenso de sobe-e-desce de carros e onde ninguém sabe quem espera quem. Uma loucura financiada pela engenharia de tráfego da Prefeitura. Com a Padre Zeferino a lógica é a mesma: mão dupla e depois passa a ser pista simples, com estacionamento duplo.

Há uma cultura herdada sem enfrentamento em nossa cidade de que as vias têm de ser mão dupla. A preguiça pública aliada a outra coisa não permite mudanças nesta cultura. Ah, o poder constituído provocou revolução esses dias na Rua Padre Zeferino. Proibiu em mais um único quarteirão o rolamento duplo. Não entendi por que não estender a toda via a mão única, mas somente em um quarteirão a mais.

A crônica do padre Prata publicada na edição do Jornal da Manhã de sábado fez um alerta do quantitativo e do comportamento de alguns motoristas que serve para qualquer cidade, mas em especial para Uberaba. Os alertas são feitos com base no número de descontentes com o trânsito de Uberaba, que cresce à vista de todos, mas não se percebe reação por parte de quem deveria arrumar essa bagunça, legada pela indiferença. A matriz viária de nossa cidade é a mesma de meio século atrás, inobstante ao crescimento quantitativo de veículos automotores.

Pra não dizer que não perseverei em minhas críticas, quero ratificar que é preciso tomar uma decisão de enfrentamento a esse caos, antes que os níveis de adoecimento se tornem indesejáveis.

A Câmara Municipal rejeitou um projeto de parquímetro para a cidade sem entrar no mérito do estacionamento ou na função social do Probem. Sabe-se que essa instituição, que abriga jovens, tem a sua importância, que vai além do vigiar carros na rua. Porque se fosse somente isso seria um absurdo, ainda mais agora com a prática de se pegar o talonário sem preenchê-lo, só para atender ao clamor do jovem guardinha. Esses são jovens aprendizes de outra profissão, que não se limita a vigiar carros. Mas se a Câmara, ao invés de unicamente rejeitar os parquímetros, tivesse assumido postura de enfrentamento com o trânsito de Uberaba, poderíamos ter avançado através do debate sobre o caos urbano em nossa cidade. No entanto, o debate não ocorreu, ficaram no mérito da instalação ou não. Todavia as multas estão aí, as batidas são constantes, o desrespeito do motorista é notório e as faixas de pedestre ninguém as enxerga, inexistem. Mas, e se existissem, respeitariam?

(*) professor

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