Em um perído de derrotas consecutivas junto à Assembleia Legislativa, a última delas na qual teve seus vetos em relação ao aumento salarial dos servidores derrubados pelos deputados, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também está sendo pressionado por seu partido e também pelos aliados, a definir a chapa que irá competir vaga para uma possível reeleição.
Há em toda a situação um embate. Enquanto o Novo reluta em relação à indicação de um candidato a vice que seja de outro partido, Zema deseja ampliar sua base de apoio, principalmente em um momento no qual surgiu um candidato da terceira via no estado, o que afeta diretamente sua candidatura de reeleição. A possibilidade de Carlos Viana (PL) tentar ocupar a vaga de chefe do Executivo de Minas Gerais, com apoio do atual presidente da República, Jair Bolsonaro, deve tomar de Zema os votos oriundos dos eleitores de Bolsonaro.
Com isso, o atual governador do estado não deseja montar chapa com um vice que seja do Novo, mas sim, de um dos partidos aliados. Zema prioriza os apoios do PP progressista e da União Brasil, visando amplicar sua base de apoio e, caso seja eleito, também a futura gestão. O governador crê que, na campanha, vai precisar estar aliado aos meios de comunicação, dispondo de tempo na televisão e rádio, para encarar a corrida eleitoral, agora que há aumento na concorrência. Além de Viana, a cadeira do chefe do Executivo já estava sendo almejada, em uma disputa polarizada, com o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD).
O que buscam os aliados
Dos partidos aliados ao Novo, o União Brasil teve como indicado o ex-secretário de partido, Bilac Pinto, que, entre um lapso e outro, o governador chama de "Olavo Bilac", nome do poeta parnasiano falecido no início do último século. O Novo reprova a indicação com base em uma malsucedida experiência de Bilac como secretário de Governo. Já o PP, reivindica a vaga de vice para seu presidente estadual, o então deputado federal, Marcelo Aro. Ainda nos partidos aliados, o PSDB, queixa-se de descaso e cobra espaço. Uma vez negada, o partido planeja lançar candidato próprio. O Novo, que prefere "jogar pelo seguro", indica como vice o ex-secretário de Zema, Mateus Simões.
Além do fator Carlos Viana, Zema está preocupado com eventual novo mandato, de governar sem apoio na Assembleia Legislativa. Perdeu na maioria das votações, e não conseguiu, nem de longe, aprovar suas pautas liberais de privatização, enxugamento da máquina pública e de adesão ao regime de recuperação fiscal do governo federal. Hoje, Zema só pode contar com o apoio de 21 deputados, ainda assim, nessa votação da reposição, 18 dos aliados ficaram em cima do muro e não votaram a favor de Zema nem contra os servidores públicos.
Além de mais apoio parlamentar, Zema considera inviável governar sem ter um aliado, ou parceiro, na presidência da Assembleia Legislativa, para conduzir suas pautas.
*Com informações do site Além do Fato