Com 27 vagas abertas para Uberaba no Sistema Nacional de Emprego (Sine), a instalação da cervejaria Petrópolis não deve resultar em uma quantidade expressiva de novos postos de trabalho, porém, deve aumentar a arrecadação de impostos do município. A análise foi feita pelo analista de indústria, comércio e serviços do Serviço Brasileiro De Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Diogo Reis, em visita a Uberaba.
“Uma grande indústria dessa é muito automatizada, então, a relação de geração de emprego não é tão grande assim. Agora, em compensação, a cerveja gera muito tributo. Toda bebida alcoólica tem uma tributação maior e, parte da tributação volta para o município. Por isso, os municípios estão sempre tentando atrair grandes empresas”, observa.
De fato, estudo feito pela Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) estima incremento de R$ 240 milhões aos cofres públicos a partir de 2022, com arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Desse valor, 25% retorna ao município o que representa R$ 60 milhões a mais no caixa do Prefeitura.
Em nota enviada ao JM Online, a Sefin reforçou que se trata de uma previsão, uma vez que diversos fatores são levados em consideração.
“Estima-se um crescimento em 2022 no ICMS de Uberaba, a ser apurado, o qual depende do crescimento do Estado de Minas Gerais, o que quer dizer que não basta apenas o crescimento do município para incremento na arrecadação”, esclarece a nota.
Diante dessa expectativa, daqui dois anos, a cervejaria Petrópolis deve gerar de tributo mais do que a Prefeitura arrecadou no ano de 2019.
De acordo com o secretário de Fazenda, Wellington Fontes, o valor repassado a Uberaba no exercício de 2019 referente a ICMS foi de R$ 214.367.613,00.
Ainda, segundo o analista do Sebrae, toda a cadeia produtiva desse tipo de produto deve ser impactada, muito embora os principais insumos não estejam localizados na cidade.
“Em uma cervejaria pequena a renda faz diferença, mas em uma grande cervejaria o que pesa é a logística, acesso à estrada, mão de obra e distribuição. Eu garanto que o mínimo percentual dessa produção vai ficar aqui na região, ou seja, vai vender para o país inteiro”, conclui Diogo Reis.