Medida, apresentada como sugestão em consulta pública, pode beneficiar Uberaba que tem leitos exclusivos para atendimento de casos de Covid-19 no SUS e na rede privada
Foto/Gil Leonardi/Imprensa MG
Governador Romeu Zema na reunião Reunião do Comitê Extraordiário Covid-19 desta quarta-feira
Governo de Minas estuda abordagem diferenciada para cidades com leitos particulares para atender pacientes com coronavírus. Grupo analisará o número disponível e a possibilidade de incluir nos dados para análise sobre o avanço ou retrocesso no plano de retomada gradual da economia, que hoje considerada apenas a ocupação dos hospitais públicos. Situação pode beneficiar Uberaba.
A inclusão dos leitos particulares foi uma das sugestões feitas em consulta pública realizada no mês passado. O comitê estadual de enfrentamento ao Covid-19 autorizou ontem o grupo técnico da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) analisar pelas próximas duas semanas o número de leitos de UTI de hospitais privados e a viabilidade de considerá-los para a definição dos riscos de reabertura. Com isso, as as cidades que possuem rede de Saúde suplementar poderão receber abordagem específica para definição das ondas do plano Minas Consciente.
Além disso, a proposta em estudo prevê que os municípios das microrregiões com leitos em hospitais particulares “observarão a legislação municipal de enfrentamento à pandemia da Covid-19". As normas do programa estadual seriam apenas para amparar a tomada de decisões local.
Se avançar, a mudança pode ser favorável para Uberaba. A cidade conta hoje com leitos disponíveis em hospitais públicos e particulares, inclusive com estrutura disponibilizada especificamente para o tratamento do coronavírus em ambas as redes. A cidade tem 67 leitos de UTI exclusivos para o enfretantamento à pandemia, sendo 20 no Hospital São Domingos - referência na rede privada para internação de casos de Covid-19.
Em pronunciamento ontem nas redes sociais, o governador Romeu Zema explicou que serão levantados dados da Agência Nacional de Saúde sobre a parcela da população atendida pela rede suplementar para um posicionamento sobre a mudança nos indicadores. “Isso provavelmente nos dará uma visão ainda mais próxima da realidade em relação à nossa capacidade assistencial. Se concluirmos que a cidade possui uma grande parcela da população atendida pelos planos de saúde, o ideal é que esses leitos também sejam incluídos no cálculo dos indicadores, além dos leitos contabilizados pelo SUS”, posiciona.
No entanto, Zema também ressaltou que a mudança só será adotada se não que a saúde dos mineiros continua sendo o principal fator que orienta as decisões do Executivo estadual. “Não tomaremos nenhuma medida que coloque vidas em risco", manifestou.