O relator da comissão especial do impeachment, senador Anastasia (PSDB-MG), rejeitou ontem o pedido
O relator da comissão especial do impeachment, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), rejeitou ontem o pedido para incluir as gravações de conversas entre o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e o senador Romero Jucá (PMDB-RR) na lista de provas a serem analisadas pelo colegiado no processo.
A inclusão das gravações e da cópia da delação de Machado entre as provas foi solicitada pela defesa da presidente Dilma Rousseff. Em documento de 372 páginas entregue à comissão, o advogado da petista, José Eduardo Cardozo, tenta provar que o afastamento da presidente foi uma estratégia para impedir investigações da operação Lava-Jato, da Polícia Federal.
A negativa do relator em incluir o material no processo resultou em protestos de senadores contrários ao impeachment e do próprio José Eduardo Cardozo, que participou ontem dos trabalhos da comissão.
Anastasia analisou mais de 60 requerimentos de senadores com pedidos de convocação de testemunhas e de solicitação de documentos, além de 54 indicações de testemunhas pela defesa e cinco pela acusação. Em sua manifestação, o relator acatou 20 desses pedidos de convocação e incluiu uma sugestão de oitiva da presidente afastada.
O advogado da presidente afastada protestou contra a decisão do relator de apresentar o parecer antes que a defesa se pronunciasse sobre as testemunhas e provas apresentadas pela acusação.
A situação levou a novo embate e Cardozo chegou a apresentar pedido de substituição de Anastasia. Em votação nominal, a comissão rejeitou o pedido de suspeição do relator. Foram 11 votos a favor e apenas três contrários à manutenção do tucano como relator.