Leitura do relatório na comissão estava prevista para ontem, mas houve bate-boca e protesto dos senadores oposicionistas
Apesar de parlamentares da base aliada defenderem que votação das reformas seja suspensa por causa da crise política, a tramitação da reforma trabalhista não será interrompida no Senado. A afirmação é do relator da proposta, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que entregou ontem parecer favorável ao projeto na Comissão de Assuntos Econômicos.
A leitura do relatório na comissão estava prevista para ontem, mas houve bate-boca e protesto dos senadores da ala oposicionista, levando a sessão a ser suspensa sem que o documento fosse efetivamente lido. Por causa da confusão, o texto foi divulgado no site do Senado e o relatório considerado como lido, segundo informações da secretaria da comissão.
Após o bate-boca, o relator da proposta disse que o calendário para a tramitação da reforma trabalhista está mantido e a votação na comissão será na próxima terça-feira (30). "Foi concedido regimentalmente vista coletiva e na próxima terça-feira, portanto, nós estaremos fazendo a deliberação e a votação desta proposta", argumentou.
No relatório, Ferraço não traz mudanças em relação ao projeto aprovado pela Câmara dos Deputados, mas propõe que o presidente Michel Temer vete alguns pontos da reforma ou altere outros "por meio da edição de medida provisória”. Isso já era esperado porque, se houvesse mudanças, o texto teria de voltar à Câmara para ser analisado novamente. O governo e sua base no Congresso querem que o projeto seja aprovado com rapidez para demonstrar força em meio à crise.
Antes de ir ao plenário do Senado, entretanto, a proposta ainda terá de ser analisada pelas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.