CMU aprova projeto que altera normas para ocupação às margens do rio Grande

Por unanimidade, a Câmara Municipal aprovou ontem projeto que altera normas para ocupação às margens do rio Grande e ressuscita proposta do ex-vereador Massuó Machiyama para a criação de uma praia de água doce em Uberaba.

Presente à reunião, a superintendente de Planejamento Urbano, Ana Luiza Bilharinho, explicou que Uberaba tem uma lei em vigor desde 2016 com diretrizes para a ocupação às margens do rio Grande. No entanto, ela posicionou que as normas existentes estavam inibindo investimentos no local e a exploração turística do setor não avançou. “Verificamos que a lei de 2016 era inflexível e não chamou a atenção dos empreendedores. Então, migraram para cidades próximas e começaram a surgir loteamentos em Água Comprida, Conceição e Rifaina”, argumentou.

A superintendente afirmou que foram feitos estudos para modernizar as diretrizes de ocupação com o objetivo de atrair investidores e impulsionar o turismo no setor. “Precisamos flexibilizar os critérios para incentivar que as pessoas explorem a área, mas com a ocupação do solo de forma racional e facilitando o uso de forma controlada”, manifestou.

A proposição alterou, por exemplo, o tamanho mínimo dos lotes na zona de sítios e lazer. Anteriormente, a exigência era que as propriedades tivessem 2.000 metros quadrados. O novo texto reduziu a extensão para 500 metros quadrados e ampliou o parâmetro de afastamento entre os imóveis.

A superintendente de Planejamento argumentou que a mudança torna mais viável a instalação de ranchos no local, mas sem criar um conjunto habitacional permanente às margens do rio Grande. “Não queremos levar uma cidade para morar lá. Ali é um lugar para as pessoas irem aproveitar e descansar no fim de semana”, disse.

Além disso, o projeto analisado pelos vereadores estabeleceu a criação de duas novas zonas de interesse turístico às margens do rio Grande. Além da praia pública que já estava prevista na lei de 2016, o complexo abrange agora uma área de esportes e também um parque náutico com píer.

Bilharinho informou que ainda não estão definidos os locais exatos onde os três equipamentos serão implantados, pois a decisão dependerá da futura ocupação no complexo turístico do rio Grande. A superintendente também salientou que haverá linhas de ônibus para atender ao futuro polo, mas os detalhes dependerão da demanda.

Já o líder do governo na Câmara, vereador Almir Silva (Republicanos), ressaltou que as medidas devem ser mais um chamariz para o desenvolvimento do potencial turístico de Uberaba. “Temos uma chancela do Geoparque hoje e agora podemos facilitar para o rio Grande ser o nosso quarto patamar turístico, incentivando os vários usos dessa área e respeitando o meio ambiente. Vamos tirar do papel o que foi sonhado lá atrás, temos estrutura para isso”, declarou.