POLÍTICA

Aelton Freitas diz que Câmara Federal pratica ditadura disfarçada

Sem papas na língua, o deputado Aelton Freitas diz estar insatisfeito com a forma como a política é conduzida no âmbito da Câmara

Publicado em 26/01/2011 às 00:34Atualizado em 20/12/2022 às 02:00
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Sem papas na língua, o deputado federal reeleito Aelton Freitas (PR) diz estar insatisfeito com a forma como a política é conduzida no âmbito da Câmara. Em que pese ter garantido que não deixará de assumir para seu segundo mandato, ele afirmou textualmente que a Casa pratica uma “ditadura disfarçada”, onde 20 decidem e os demais parlamentares têm que engolir. Ele se referiu aos líderes das bancadas dos partidos, que, em sua opinião, deveriam discutir a pauta do Legislativo entre si e depois com os liderados, para se chegar a um consenso, e não se impor como votar.

“A gente tem que engolir e fica parecendo pau-mandado”, dispara o republicano, que também não poupa seu partido das críticas ao dizer que faltou competência ao PR para conquistar mais espaço no Governo Dilma Rousseff (PT). Conforme Aelton, a legenda dobrou a bancada na Câmara – passou de 23 para 41 deputados – e cresceu muito no Senado, onde tinha quatro cadeiras e agora tem seis, mas ficou do mesmo jeito, apenas com o Ministério dos Transportes.

Segundo ele, o bolo é o mesmo, só que terá que ser repartido para muito mais pessoas. “Somos o terceiro maior partido da base aliada da presidente, somos parceiros em tudo e não temos cargos”, aponta, ponderando em seguida que a situação não é culpa exclusiva do PR, mas da forma como está sendo conduzido o processo. Nesse sentido, o deputado tem a mesma opinião que seu colega de parlamento, Paulo Piau (PMDB), que teme a repetição do efeito Severino na eleição para presidente da Câmara, por causa da insatisfação dos aliados.

Em 2005, o então deputado federal Severino Cavalcanti – representando o chamado baixo clero na Casa – foi eleito presidente ao se aproveitar de um racha na base aliada. Até o início da semana havia apenas um nome na disputa – do petista Marco Maia, que busca a reeleição –, mas ontem o também republicano Sandro Mabel (SC) oficializou sua candidatura ao pleito que será realizado no dia 1º de fevereiro, quando se inicia a nova legislatura.

Aelton diz que desde o anúncio oficial ainda não conversou com o correligionário, mas conta que Mabel comunicou aos integrantes da sigla que iria disputar o posto, na quarta-feira anterior, durante um jantar. “Vi hoje (ontem) o posicionamento dele pela imprensa e achei que fosse uma articulação do partido e até pensei que o PR estava vendendo facilidades como faz o PMDB, para entrar na disputa”, conta o parlamentar, que aproveita para dar uma alfinetada na legenda que também é da base aliada e tem protagonizado embates públicos com o PT por conta de espaço no Governo Federal. 

Na opinião de Aelton, que está fora de Brasília, a candidatura do correligionário é avulsa. A convite do candidato, os dois vão conversar ainda nesta semana.   

Em entrevista à Agência Brasil, Mabel afirmou que entra na disputa com 130 votos prometidos. Para eleger-se, necessita no mínimo de 257 votos.

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