O titular da 5ª Promotoria de Justiça de Uberaba, Laércio Conceição Lima, pediu a pronúncia de R.A.C.A. e D.L.S.S., vulgo “Gonha”, pelo homicídio do servente de pedreiro Júlio César da Silva, de 23 anos. O caso será avaliado pelo juiz da 1ª Vara Criminal, Ricardo Cavalcante Motta.
Conforme os autos, o crime ocorreu em 5 de fevereiro de 2016, na avenida Abílio Borges, próximo a uma borracharia no bairro Abadia. Na ocasião, Júlio encontrava-se na calçada quando os dois indiciados passaram pelo local em uma motocicleta. Quando eles avistaram a vítima, o garupa deu ordem para que Gonha desse meia volta. Ao se aproximarem de Júlio, o garupa desceu e efetuou 16 disparos com uma pistola 9mm. A maioria dos tiros acertaram as costas da vítima, que não teve tempo de reação.
A tatuagem de um monstro, desenhada na perna direita do garupa, foi crucial para a identificação da dupla pela Polícia Civil. Após diligências, os investigadores descobriram que Júlio César possuía envolvimento com uma gangue rival da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), à qual os indiciados pertenciam. Sendo que o homicídio foi motivado pela rixa entre as organizações criminosas em razão da disputa pelo comando da criminalidade em Uberaba e região.
Se o pedido de pronúncia for aceito pelo juiz Ricardo Cavalcante, os dois serão levados a julgamento popular pelo Tribunal do Júri por homicídio duplamente qualificado, mediante motivo torpe e utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Além disso, o promotor Laércio Conceição pede a condenação dos indiciados à reparação de danos morais aos herdeiros da vítima, fixando a indenização no valor de R$88 mil, correspondente a 100 salários mínimos.