Crimes envolvem prostituição, escravidão moderna, bordéis clandestinos, segurança ilegal e venda de drogas na capital inglesa
Três brasileiros foram condenados e presos em Londres, na Inglaterra, por comandarem um megaesquema de prostituição, escravidão moderna, bordéis clandestinos, segurança ilegal e venda de drogas na capital inglesa. Os criminosos são um casal de paulistas, composto por uma mulher de 23 anos e um homem de 43 anos, mais o irmão dele, de 49.
Os três ostentavam nas redes sociais uma vida luxuosa em Londres. Entre os posts estavam fotos e vídeos a bordo de jetskis, um Rolls Royce, uma Ferrari e uma Lamborghini. Além disso, eles criticavam duramente a corrupção no Brasil, compartilhando textos e imagens em defesa de operações da Polícia Federal e do Exército em Brasília e no Rio de Janeiro.
A quadrilha empregava pelo menos outros cinco brasileiros e faturava milhões de libras por ano, segundo a Scotland Yard (polícia britânica), que trabalhou por mais de um ano com agentes infiltrados à paisana no esquema, descrito como "uma rede sofisticada de prostíbulos, pelos quais vendiam drogas e controlavam prostitutas, gerando lucros acima de um milhão de libras" - ou mais de cinco milhões de reais - por ano. Há duas semanas o trio foi preso.
"As pessoas geralmente são reticentes ou têm muito medo de contribuir com investigações sobre escravidão moderna, por isso nosso trabalho é construir uma acusação e desmontar essas organizações criminosas usando todo tido de prova possível", disse a polícia metropolitana de Londres, em nota.
"Império milionário"
O caso ganhou destaque nos maiores tabloides ingleses, que descreveram os brasileiros como líderes de "um império milionário". Toda a investigação começou a partir da denúncia de uma jovem brasileira, que procurou a polícia em abril de 2017.
A mulher, cuja identidade foi preservada, contou que foi forçada a trabalhar nos bordéis da quadrilha durante dois meses e que os brasileiros diziam que matariam a família dela no Brasil, caso ela tentasse deixar a prostituição. Com ajuda de autoridades britânicas, ela conseguiu fugir – a polícia, por sua vez, começou a visitar os bordéis e flagrar funcionários vendendo drogas, especialmente cocaína.
Segundo a lei da Grã-Bretanha, a prostituição – ou a oferta de serviços sexuais em troca de dinheiro – é uma atividade legal. Por outro lado, a exploração da prostituição – por meio das figuras conhecidas como cafetões ou cafetinas – e a existência de bordéis ou prostíbulos é proibida em todo o território.
*Com informações BBC Brasil