Na quarta-feira (14), a Polícia Militar foi acionada no município de Conquista (MG) após o registro de suposto furto envolvendo veículo Ford Ka. A ocorrência, inicialmente tratada como furto, foi registrada na rua José Cordeiro Tupinambá, no bairro Rosário, e envolveu uma jovem de 23 anos e um homem de 26, ambos ocupantes do automóvel.
Segundo relato das vítimas, dois indivíduos — um de característica física robusta, vestindo camisa branca e bermuda, e o outro magro, trajando calça jeans — chegaram ao local em um VW Polo branco. Um deles teria se identificado como policial, alegando que o Ford Ka em que estavam era produto de roubo. Em seguida, ordenou que os ocupantes descessem do veículo, momento em que ambos retiraram seus pertences pessoais. Logo após a abordagem, os suspeitos deixaram o local levando o Ford Ka, seguidos pelo VW Polo.
As informações foram confirmadas por câmeras de segurança, que registraram a passagem dos veículos pela avenida Nenê Sabino, nas proximidades da Universidade de Uberaba. Com base nas imagens, o Serviço de Inteligência do 67º Batalhão de Polícia Militar deu início às diligências e apurou que o Ford Ka era alvo de uma ocorrência registrada em Santa Catarina, relacionada a apropriação indébita.
De acordo com a investigação, o veículo havia sido alugado por um homem mediante contrato de 60 dias. Após o vencimento do prazo, o carro não foi devolvido. O proprietário, um empresário de 50 anos com frota de veículos para locação, registrou um boletim de ocorrência e passou a monitorar o automóvel por meio do sistema de rastreamento instalado no veículo.
Ao localizar o Ford Ka em Conquista, o empresário embarcou em um voo com destino a Uberlândia (MG), onde alugou um VW Polo. De lá, seguiu para Uberaba e, posteriormente, até Conquista, com o objetivo de recuperar o veículo. A ação, inicialmente interpretada pelas vítimas como furto, acabou sendo esclarecida como uma tentativa do proprietário de reaver o bem que não havia sido devolvido no prazo contratual.
A jovem, de 23 anos, e o homem, de 26, que estavam em posse do Ford Ka, afirmaram desconhecer a situação contratual do automóvel e registraram a ocorrência como crime. Contatado por telefone, o empresário negou ter feito ameaças ou estar armado e afirmou estar em trânsito no estado de São Paulo, hospedado em um hotel. Ele declarou ainda que possui toda a documentação que comprova a propriedade do veículo, bem como o registro da ocorrência por apropriação indébita feita em Santa Catarina.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por meio das delegacias que fazem parte do 5ºDPC, com sede em Uberaba, investiga o caso e aguarda os desdobramentos da investigação, que deverá esclarecer a responsabilidade de cada uma das partes envolvidas. Caso a versão apresentada pelo empresário seja confirmada, ele poderá responder pelo crime de exercício arbitrário das próprias razões.