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Poesias

A vida é uma poesia, estou seguro. Certo que nem sempre uma poesia de amor

Ricardo Cavalcante Motta
Publicado em 29/11/2014 às 20:31Atualizado em 17/12/2022 às 02:29
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A vida é uma poesia, estou seguro. Certo que nem sempre uma poesia de amor, de carinho, do bem. Mas é uma poesia.

Cada dia temos a chance de viver a poesia da vida. Mas nem todos damos atenção à poesia.

A poesia está em todo lugar. Já veio do pincel divino quando desenhou caprichosamente o mundo, a vida, o viver. E ela se apresenta a nós em todo o plano do viver. Já no raiar do sol, calmo e sereno, até o crepúsculo, que prepara a chegada da luz do luar.

No cantar matinal dos pássaros, no amamentar das mães, todas elas, na proteção de pais aos filhos, nas flores, nos sons, na brisa, na pureza da água, enfim, em toda a natureza. Até nas proposições das lindas estrelas, já no céu.

Mas está também dentro de nós. De todos nós, de cada um de nós.

Poderia até parecer um absurdo tal proposição, quando vemos tanta violência, ampla nos tempos atuais. Tanto ato de incompreensão, intolerância, egoísmo. Mas, insisto, há poesia dentro de todos nós. Apenas não está sendo considerada, lida, falada, buscada. Assim, como também, insisto, há a semente de Deus dentro de todos nós, e de cada um de nós também. Não apenas como

um plano coletivo, há no plano individual também, do qual pessoalmente temos que cuidar. 

 Ocorre que, impulsionados por sentimentos mundanos imediatos, não se para para permitir que a semente divina cresça em cada um, que a poesia floresça elevando o bem dentre nós.

Então, há muitos que não saboreiam da própria poesia, embora invejem o poema do próximo, quando, talvez, tenha em si um muito mais sentido e lindo, bloqueado pelo embargo do mal sentir.

Aquele que pratica o crime de paixão, aquele ignora a dor alheia no crime de violência, apenas está fazendo implodir em si uma poesia inversa, odiosa, porque não deixa crescer a poesia divina e natural, atrelada ao sobrenatural de sua alma.

Disparar o coração pelo amor, agir pelo amor, ter na amizade uma das feições do amor, trabalhar por amor, viver por amor, permitindo-se o perdão, a compaixão, a tolerância, a autocrítica e até a resignação, em busca de uma singela, mas importante participação  na construção compartilhada com todos os demais de seu tempo é que permite uma vida feliz, em franca e constante elevação evolutiva.

Essa é a proposta do Mestre, penso humildemente.

Essa é a poesia da vida. Escrita por diversas mãos, por diversas letras, por diversas formas. Mas sempre embalando as várias feições do amor.

Solte em si sua poesia. Sempre. Perdoe-se quando preciso. Busque sempre perdoar o próximo. Recomece sempre, como um novo dia a cada amanhecer.

Soltará assim a boa poesia em si e comungará da grandiosa  intenção na construção do universo.

O AMOR.

(*) Juiz de Direito

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