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Pista de decolagem

Os boeings políticos – não vale para os teco-tecos - sobrevoam os ares políticos, e há anos que taxiam em solo uberabense. Uberaba não é conexão

Gilberto Caixeta
Publicado em 11/05/2010 às 21:26Atualizado em 20/12/2022 às 06:35
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Os boeings políticos – não vale para os teco-tecos - sobrevoam os ares políticos, e há anos que taxiam em solo uberabense.  Uberaba não é conexão, é escala de uma área geopolítica que um dia exerceu a liderança incontestável na região. Entretanto, devido ao crescimento econômico e ao seu desenvolvimento, que devem ser inevitáveis às pequenas e médias cidades, Uberaba passou a compor o quadro regional aonde existem outras cidades que desempenham papel de liderança; contudo não deixou de ser pólo estratégico e de responsabilidade geopolítica triângulina. Os boeings políticos não podem desconsiderar a plataforma de voo da cidade, mas precisam estendê-la na região, caso contrário não decolam.

Ninguém é eleito unicamente com os votos de Uberaba e a cidade não pode pulverizar os seus votos. É deste paradoxo que deverá nascer a reflexão da representatividade. De nada adiante ser votado em Uberaba e não ter votos na região.  

O prefeito Anderson Adauto, realisticamente, declarou em entrevista que apoiará um único candidato a deputado estadual – não declinou sobre o federal – e justificou a sua decisão política afirmando que não quer correr o risco de pulverizar os votos e com isso  não ir ninguém do seu grupo. O prefeito sabe que só os votos de Uberaba não elegerão o seu candidato, mas uma votação local expressiva pavimenta bem a plataforma de decolagem; uma eleição a estadual requer no mínimo 40 mil votos e a federal acima de 95 mil votos, num colégio eleitoral de mais ou menos 210 mil eleitores. Deste colégio sempre saem o sufrágio religioso, classista, partidário, fazendo com que uma série de outros candidatos, fora de sua base, tenham os seus nomes sufragados naquela localidade. Sem incluir as abstenções e os votos nulos. A pista de decolagem tem que estar quilometricamente pavimentada, ou seja, ir além das fronteiras da municipalidade.    

Talvez essa discussão, sobre as candidaturas, tome um sentido pro-ativo após a copa do mundo, já que no momento a preocupação está centrada na convocação dos jogadores para a seleção e mais tarde com o mundial de futebol, sem que isso represente alienação; as coisas sempre são discutidas nas horas certas. Porém, os boeings já estão se municiando de dados dos benefícios conseguidos para as suas localidades de escala, a fim de mostrarem aos eleitores qual voo é o mais seguro nestas eleições. Afinal ninguém quer embarcar num voo sem destino, sem plataforma, sem realizações.

Entretanto, alguns eleitores já estão devidamente acomodados em algumas aeronaves por julgá-las não só confiáveis, mas promissoras para o desenvolvimento local partilhado com o regional. Mas, inexoravelmente, as aeronaves terão que apresentar o seu plano de voo, prestar contas de seus voos e buscar o quantitativo necessário de passageiro para a decolagem no primeiro domingo de outubro deste ano. Acontece que para decolar, como já disse, tem que ter plataforma cujo prazo de construção está encerrado.

(*) professor

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