ARTICULISTAS

Pensar fora da caixa

A criatividade do ser humano parece não ter limites. Porém, cientistas descobriram que, diante

Márcia Moreno Campos
Publicado em 10/06/2018 às 10:57Atualizado em 17/12/2022 às 10:27
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A criatividade do ser humano parece não ter limites. Porém, cientistas descobriram que, diante de um problema, o cérebro busca a solução testada e aprovada com sucesso no passado. Isso se torna um obstáculo para que um novo desfecho seja produzido. Visando inibir essa repetição, pesquisadores da Universidade Queen Mary, de Londres, testaram o uso da estimulação transcraniana cerebral, que é indolor e não invasiva, para suprimir o córtex pré-frontal, área do cérebro responsável por esse processo de indução de respostas. Resultad a estimulação positiva fomentou a solução mais criativa, fora da caixa, sacrificando, entretanto, a chamada memória de trabalho, que é a que usamos para guardar por alguns instantes um número de telefone antes de discá-lo. (Fonte FSP).

Estou me valendo desse experimento para citar exemplos de como somos repetitivos, comodistas e até mesmo medíocres na busca de soluções de problemas que afetam o nosso dia-a-dia. Nós nos conformamos com as mesmas atitudes e comportamentos, repetidas vezes, sacrificando a criatividade e a ousadia.

Precisei ir a um cartório dia desses reconhecer firma de uma assinatura minha. Dei-me conta do quanto esse procedimento e tantos outros que passam por cartórios são desnecessários. Todavia, a força política dos donos e a preguiça de inovar nos obrigam a pagar altos valores por procedimentos inócuos, além de nos colocar em filas enormes que nos fazem perder tempo. Será que o reconhecimento não pode ser substituído por uma foto no celular da pessoa, assinando? Enraizou-se em nossa cultura que aquilo que é passado em cartório tem fé pública. E por que não a fé nos indivíduos de bem?

O sistema tributário brasileiro é outro exemplo da mesmice que se perpetua. É arcaico, pesado, burocrático e injusto. Sua simplificação só traria benefícios, mas desde que pensado fora da caixa. Rever o modelo federativo, tributar ganhos de capital, unificar os impostos estaduais e tantas outras mudanças ousadas, diferentes em tudo das atuais reformas propostas, que não passam de puxadinhos para inglês ver. A Política é a arte de mexer, mexer e se manter no mesmo lugar. Nada muda. Quando uma ideia nova é lançada, já sabemos todos, de antemão, que não vai vingar. Aliás, o que temos presenciado é a nostalgia de velhos tempos, que, vistos em retrospectiva, parecem glamorosos. Dói pensar fora da caixa. Melhor tachar de loucos ou lunáticos os que ousam fazê-lo do que experimentar caminhos novos e desafiadores. Será que o culpado é só o nosso cérebro?

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