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Paula

Querida neta, Paulinha... Os olhinhos! Escuros e bem abertos

Terezinha Hueb de Menezes
thuebmenezes@hotmail.com
Publicado em 18/09/2010 às 19:35Atualizado em 20/12/2022 às 04:16
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Querida neta, Paulinha,

Os olhinhos! Escuros e bem abertos. Você, Paulinha, tinha acabado de nascer, vindo ao mundo pelas mãos do tio Calixto que, orgulhoso, nos apresentou o pequenino ser. Ficamos todos admirados: esperta demais para uma recém-nascida.

Como os outros netos, tínhamos sempre sua graciosa presença ao nosso lado. Vimos cada um crescer, buscando seus caminhos, tão claros nos tipos de brinquedos.

Sua preferência, querida neta: bonecas e livros. E, quantas vezes, brincando com você – ainda pequenina – na divisão das bonequinhas, você sempre escolhia as mais completas: para mim, sobravam aquelas em que faltava uma perna, ou um braço, ou com os cabelos desgrenhados. Marotamente, você me olhava, estudando minha reação. Eu reclamava, e as coisas se resolviam.

Lembro-me, certa vez, era um sábado à tarde: sua mãe e eu tínhamos que sair, e você ficou com o vovô Lilo, carinhosamente assim chamado pelos netos. Algum tempo depois, quando voltamos, fomos encontrá-la  assentadinha perto do avô, toda lambuzada de coca-cola – ele tudo permitia –, feliz  da vida. De outra vez, deparamo-nos com outra situação engraçada: no pátio do Colégio, toalha estendida ao chão, sentados seu avô e você, várias guloseimas, o piquenique armado para distrair a pequena neta.

Olho para trás, o tempo trazendo tempos tão felizes! Olho para você, a adolescente contida, – e  tanto que, neste aniversário de 15 anos, não queria festa nenhuma, apesar de nossa insistência: aceitou apenas um restrito encontro familiar, – pouca  fala, afeita sempre à leitura: nem sei quantos livros por mês. Olho para você, o corpo já desenvolto, um pouco menina ainda nos traços – vez por outra, é surpreendida ainda acariciando as bonecas – um pouco mulher: “Está naquela idade inquieta e duvidosa,/ Que não é dia claro e é já o alvorecer;/ Entreaberto botão, entrefechada rosa,/ Um pouco de menina e um pouco de mulher.”

Nesse entreabrir-se para a vida, querida Paulinha, não permita se perca seu jeito de ser: extremamente ligada à família, companheira carinhosa dos pais, Maria Angélica e Aguinaldo, que tanto a amam, e dos irmãos Marcelo e Renato – pequenas arrelias se resolvem sempre.

Seus avós, Alva e Aguinaldo, Terezinha e Murilo (de onde estiver) aqui ficamos, na esperança, calcada em orações, de que o futuro continue proporcionando a você este crescimento que temos acompanhado com os olhos do amor, crescimento que não se restrinja à aquisição cultural e profissional apenas, mas como ser humano que consiga sempre ver o mundo com clareza ética e amorosa, sob as bênçãos de Deus.

Nossa Senhora, Mãe de todos nós, a proteja sempre, querida neta, em todos os momentos de sua vida.

Com muito carinho,

Vovó Tetê

(*) educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro terezinhahuebdemenezes@uol.com.br

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