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Para onde vamos?

Os jornais dos últimos dias anunciaram o nascimento do bebê sétimo bilionésimo

Padre Prata
thprata@terra.com.br
Publicado em 05/11/2011 às 20:03Atualizado em 19/12/2022 às 21:32
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Os jornais dos últimos dias anunciaram o nascimento do bebê sétimo bilionésimo no mundo dos homens. Onde? É lógico que é impossível saber. Pode ter sido na China, na Índia, em Moçambique, no Paraguai ou em Conceição das Alagoas. Só se sabe que nasceu. Sabemos agora que somos sete bilhões de seres humanos agarrados nesta esfera disforme que chamamos de Terra, rodopiando solta num vazio que se expande sem fronteiras numa velocidade de trezentos mil quilômetros de anos-luz por segundo. No ano de 2025 seremos nove bilhões.

Afirma o cientista Marcelo Gleiser que, no ano 2050, os homens não brigarão mais pelo petróleo, mas pela água potável. Certas regiões da Terra serão invadidas por hordas de homens à procura do que beber. Falta pouco. Talvez a terra trombe com algum asteroide desorientado e se arrebente. É possível que apareçam novas doenças contagiosas de grande poder destrutivo. O mais certo é que os homens tomarão medidas compulsórias para deter o tsunami populacional.

Na China já existe lei que proíbe mais de um filho. Dizem que serão criadas leis impondo esterilização obrigatória para as mulheres. Outro problema: o número dos idosos aumentará extinguindo a mão-de-obra e aumentando os gastos com alimentação e manutenção. Será que o homem criará meios para controlar todos esses problemas? Não sei.

Lembrei-me do Mamede. Era um negro velho, de cabelos brancos e alguns fiapos de barba enrolada. Falavam lá na roça que ele era feiticeiro. Eu tinha medo dele. Ficava sempre de longe. Foi dele que ouvi pela primeira vez um famoso dito popular: “Um mil chegará, dois mil não passará”. Não tenho nenhuma vocação para Cassandra, para pessimismos alarmantes. Mas pode haver alguma verdade mal explicada nessa estória. Também os Evangelhos se referem com minúcias a esses últimos acontecimentos.

Vou parar por aqui. Não quero nem sequer pensar numa população torrada pelo aquecimento do planeta. Mas você, caro leitor, se viver mais uns trinta anos, as coisas não serão nada fáceis. Não estou inventando nada. São os cientistas que estão nos apavorando. É melhor não acreditar neles.

Tem algum sentido o dito do personagem Riobaldo, de Guimarães Rosa: “Viver é perigoso”.

 

(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro 

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