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Palavras finais de Humberto de Campos

Vejamos com quanta ênfase o nosso ilustre uberabense roga a atenção do autodidata, Humberto de Campos, cujas obras encontram-se esgotadas, disponíveis, em algum sebo

Elias Barbosa
Publicado em 19/07/2009 às 14:30Atualizado em 20/12/2022 às 11:34
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Vejamos com quanta ênfase o nosso ilustre uberabense roga a atenção do autodidata, Humberto de Campos, cujas obras encontram-se esgotadas, disponíveis, em algum sebo, podendo ser obtidas através da Internet, apenas o primeiro ou o segundo volume de seu Diário Secreto, lançado, a pedido do autor, somente vinte anos após a sua desencarnação, pela extinta Editora O Cruzeiro, em 1954:

“Que o Rio de Janeiro imite Uberaba! Que, ao morrer, os homens de alta representação recomendem à família, e aos amigos, que transformem em pão e remédio para a boca escancarada dos vivos, as flores que destinavam à boca fechada de uma sepultura. Peça, meu caro senhor. Peça; aconselhe; e não se canse de aconselhar e pedir!”

E o autor de tantas obras famosas, nenhuma das quais foi traduzida para qualquer idioma, segundo depoimento pessoal de Humberto de Campos Filho, a quem traça estas linhas, na década de setenta, quando de sua vinda a Uberaba, com os repórteres da extinta Manchete, assim conclui o capítulo XIV de seu Sepultando os Meus Mortos:

“Prometi. E aqui estou, pregando aos vivos. Com a certeza, entretanto, de que seria ouvido mais depressa, e melhor, se fosse ao cemitério, e me debruçasse em cada lousa, falando para dentro de cada túmulo...”

Depois de muitos anos, após ter a felicidade de aportar a Uberaba, em 2 abril de 1954, tive a oportunidade de participar de diversos velórios, confirmando o texto humbertiano. Na Funerária de grande e saudoso amigo, existia um livro de atas, aberto, com a inscrição de Culto da Saudade, onde todos os que deixassem pequena importância que fosse, em dinheiro vivo, registravam os seus respectivos nomes.

Além da belíssima página —“De pé, os mortos!” —, que se transformou em intróito da 2ª edição do Parnaso de Além-Túmulo, em 1935, vale a pena percorrermos os quinze livros que Chico Xavier recebeu de Humberto de Campos/Irmão X, particularmente os seguintes: Crônicas de Além-Túmul Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho; Boa Nova; Lázaro Redivivo; Luz Acima; Pontos e Contos; Cartas e Crônicas; e Estante da Vida, além de Histórias e Anotações.

Meditemos sobre as sugestões dos colunistas deste Jornal, esforçando-nos para que o Culto da Saudade volte, aqui, a ser praticado, com o máximo de dedicação e muito amor.

(*) clínico geral e psiquiatra

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