ARTICULISTAS

Os sentidos de um código

O conceito de codicilo nos levar à compreensão de que seja a vontade última de alguém, pelo qual faz disposições especiais sobre seu enterro

Gilberto Caixeta
gilcaixeta@terra.com.br
Publicado em 06/04/2010 às 20:36Atualizado em 20/12/2022 às 07:15
Compartilhar

O conceito de codicilo nos levar à compreensão de que seja a vontade última de alguém, pelo qual faz disposições especiais sobre seu enterro, sobre as suas coisas deixa, assim, a sua vontade em argumentos que não deixam dúvidas. Diferentemente é o código, que é um vocabulário ou sistema de sinais convencionais ou secretos, utilizados em correspondência e comunicações. O código nem todos leem, inclusive o código de barra, que só é lido pelas máquinas. O código serve para defender um direito ou infligir pena àqueles que o infringem.

Há também, pois, o código secreto, que assegura uma norma entre os seus e lega um segredo a fim de evitar embustes ou infiltrados que queiram se utilizar das informações que não lhes pertencem. Ou uma forma de sobrevivência entre aqueles que lutam por uma causa, mas que podem contar com a presença de delatores. Como foi o código das Camélias; flor utilizada por abolicionistas que acobertavam as fugas de escravos. Uma luta ética, considerada moralmente imoral. Os ex-escravos, simpáticos ao abolicionismo, também utilizam as camélias para demonstrar a sua adesão à causa. Outro exemplo são os Cavaleiros Templários, uma ordem, um exército que deixou um código. Os templários participaram das Cruzadas, eram aguerridos e sanguinários tornando-se uma ordem militar riquíssima, porém, mais tarde, foram acusados de crimes inimagináveis, presos, exilados e executados.

Os Códigos sempre despertaram as atenções dos homens e mexem com o seu imaginário. Mas quem os detém tem o poder. Código é uma forma subliminar de assegurar o poder, porque a quem o tem cabe a palavra final. O portador do código torna-se vaidoso, porque a essência da palavra terá que ter a sua aprovação. Ou poderá demonstrar que o código se tornou necessário porque a ordem passou a ser constituída de embusteiros e o único jeito de contê-los é pelo código. Com a morte dos possuidores do código, ele, o código, se transforma em mito, nutrindo todo um segredo existente, até ser transformado em mitologia.

Os maçons também têm o seu código – não confundir com ritual. Os que não são maçons têm a curiosidade de saber qual é o código de seu aperto de mão. Se não existe esse código, ele já é um mito. Sempre cri que os maçons se comunicam secretamente. Dizem que se conhece um maçom de longe, desde que ele seja observado por outro maçom. Os de fora não têm acesso a esses códigos. O decifrador do Código Da Vinci, o livro – desnecessário comentá-lo – tornou-se o porta-voz da intimidade do Cristo homem, propondo a hipótese de um relacionamento com Maria Madalena, que permitiu, assim, a formação de uma linhagem de descendentes humanos.

Os códigos secretos permitem todas as formas de devaneios. No entanto, há códigos inventados por quem não quer compartilhar a verdade e teme, por vaidade, a superação de um legado. (*) professor gilcaixeta@terra.com.br

Assuntos Relacionados
Compartilhar

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

JM Online© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por