Thomas Merton, um monge americano, deixou-nos uma reflexão que marcou época
Thomas Merton, um monge americano, deixou-nos uma reflexão que marcou época: “Nenhum homem é uma ilha”. Não vivemos encasulados. Vivemos uns ao lado dos outros, conhecidos ou não. Cada um de nós com seus defeitos e virtudes. Uns mais, outros menos.
De um modo geral, todos nós exercemos ou sofremos influências de alguém. Todos nós deixamos “marcas” naqueles que transitam ao nosso redor. Por outro lado, somos “marcados” por pessoas que passaram por nossas vidas. O trágico dessa convivência, é que essas marcas podem ser construtivas ou destrutivas, positivas ou negativas. Nem sempre nós, padres e leigos, vivemos o que pregamos.
Pode ser que sejamos bons católicos e péssimos cristãos. Pode ser que sejamos bons cumpridores de leis e preceitos, mas nem sempre bons cristãos. Nem sempre o amor unge os nossos atos. Jesus não dava às leis a importância de salvação que lhes era dada pelos detentores do poder religioso.
O centro de sua mensagem era a compaixão pelos discriminados, os doentes, os pobres, a mulher, as crianças, por aqueles que não pertenciam à sua religião. Muitas vezes deu exemplos de amor usando de personagens de outras religiões. Você já leu a parábola do Bom Samaritano? Da Cananéia que pedia cura? Da Samaritana à beira do poço?
Bem, toda essa introdução é um resumo do que falei na homilia da Missa celebrada pelos 90 anos de nossa querida Therezinha Perez. Para mim, ela é uma cristã que “marcou” muita gente enquanto lhe foi possível. Terminei a homilia lendo para ela um poema de Lamber Noben. Pediram-me que publicasse esse poema.
AMOR JOVEM
Tenho respeito pelos teus cabelos brancos,
Pelas rugas que cortam teu rosto,
Pelo teu sorriso meigo e triste,
Pela lágrima que cintila no teu olhar.
Tenho respeito pelas tuas mãos nervosas,
Pelo teu andar difícil e cansado,
Pelo teu corpo frágil e santo.
Todo teu ser nos fala de muito amor
E de muito trabalho e dor,
De muita fé e de muita oração.
Comunicas paz e serenidade.
És velhinha agora e pensas
Com saudade
No que foi tua vida,
Tua luta de amor.
(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro