Caro amigo leitor, repit continuo respirando, mas não está sendo fácil. Quando fico ruminando as ideias, como dizia meu avô Totonho, a gente pensa que já viu de tudo na vida, mas não viu! Principalmente no mundo jurídico, mais ainda, tratando-se da Suprema Corte brasileira – STF.
A corte é composta de onze ministros, escolhidos pelo Presidente da República, com a ratificação ou não do Senado Federal – desconheço que já possa ter ocorrido de algum nome não ser confirmado.
Sob minha ótica do atual quadro, vislumbro uma corte muito política e pouco politizada. Vou tentar explicar: uns são petistas de carteirinha; outros, tucanos desde o nascimento; alguns demonstram certa neutralidade e isenção, mas com o olho no atual chefe do Executivo, mirando ficar bem na fita, também, com o PMDB. Algo muito complicado, estranho, tratando-se de instância máxima. Não coloco em dúvida, jamais, o conhecimento jurídico e a competência da imensa maioria, uma parcela bem diminuta “raspa a marcha” – não dirige bem.
Sabemos muito bem da separação dos Poderes, porém, harmônicos entre si; resumindo, cada macaco no seu galho. Nenhum pode intervir na área de atuação do outro. Desta maneira, tudo está muito bem explicado na Constituição Federal. Apenas uma questão de leitura, nada mais.
Reconheço, sem sombra de dúvida, que nos dias atuais – mundo globalizado e tudo muito rápido, multiplicidade de informações e fatos novos – alguns “seres humanos” sentem uma necessidade enorme de estar sempre em evidência, querendo dar palpite em tudo, emitir opiniões desarrazoadas. Enfim, querem estar na “foto”, de que maneira for, atropelando a ética, o coleguismo, o bom senso, etc.
Suas Excelências – os ministros do STF – alguns, seres humanos, com essa ganância de publicidade e visibilidade, passam em cima de tudo e de todos, custe o que custar. Esse comportamento maléfico de uns querendo sobrepor os outros, inclusive fora dos autos, faz com que a imagem da Suprema Corte fique desacreditada e desrespeitada, principalmente aos olhos daqueles que são alheios ao mundo jurídico, que imaginam que “ELES” são super-homens (deuses gregos no Olimpo). Ledo engano, em alguns confrontos e embates, imaginamos uma cena de pugilato de quinta categoria; na plateia, nós, os verdadeiros bobos da corte!
Diante desse quadro dantesco, para não dizer coisa pior, o Sr. Renan Calhorda Canalha Calheiros e seus asseclas colocaram – desculpe-me a figura de linguagem – o STF de quatro, aquela posição de brincar de boneca, onde as Marias Chiquinhas ficam de fora. Peço desculpas ao leitor deste espaço por escrever dessa maneira. Não encontro palavras para mostrar e demonstrar tamanho desrespeito e desfaçatez por parte do presidente da instância máxima do Legislativo brasileiro. Pior ainda, não houve reação por parte do Judiciário; pelo contrário, foi fazer reunião para encontrar a melhor “saída” para não melindrar ninguém! Melindradas e desrespeitadas, nesse triste episódio, saíram a democracia, a sociedade letárgica e indefesa, pelo descaso com a tradição Republicana. Tinha que prendê-lo de imediato – descumprimento de ordem judicial!!! Que país é este, onde um coronel de quinta categoria coloca nossa Suprema Corte de quatro?!