Fins de ano sempre nos impulsionam a certo tipo de avaliação. É como se pesássemos os custos...
Fins de ano sempre nos impulsionam a certo tipo de avaliação. É como se pesássemos os custos e os benefícios de mais um ano de vida.
A cada ano iniciado nos municiamos de novos projetos, metas e sonhos nem sempre cumpridos totalmente. Parte por motivos alheios à nossa vontade e parte porque não somos o suficientemente organizados, disciplinados e perseverantes.
Há aqueles que preferem viver à la Zeca Pagodinho quando canta “deixa a vida me levar, vida leva eu...”, mas também há aqueles que acreditam e se colocam como condutores de si mesmos.
Tristezas? Perdas? Momentos de solidão? Angústias? Não há como viver sem elas porque fazem parte da existência humana.
Quando aqui chegamos, ninguém nos prometeu um jardim de rosas nem nos garantiu um mar sem tempestades ou um céu de brigadeiro. O problema é que, nos momentos ruins, nos esquecemos de que tudo passa e não sabemos esperar serenamente pela calmaria.
O ano que agora se finda foi mesmo um ano difícil para muitos em vários aspectos. Decepções. Endividamento. Sensação de empobrecimento. Desemprego. Escândalos. Atentados.
No plano pessoal, muitos lidaram com doenças e perdas significativas, mas, felizmente, não aconteceram somente coisas ruins. Pudemos assistir gestos de solidariedade, flores brotando, gente encontrando ou reencontrando o amor, amizades se fortalecendo, crianças nascendo para alegria das famílias e, acima de tudo, todos que estão lendo este artigo é porque tiveram a graça de viver mais um ano com lucidez.
E se aqui estamos, às portas de 2017, tenhamos coragem de sonhar, de planejar, de ser otimistas e acreditar que muito podemos e que tudo vale a pena quando nossa alma não é pequena.
Peçamos Paciência para enfrentar o que vier sem o nosso querer. Força e coragem para mudar o que precisa ser mudado e, como diz a Oração da Serenidade, Sabedoria para distinguir o que deve ser conservado do que pode ser modificado.
Feliz 2017, com a consciência de que Felicidade plena e ininterrupta é um mito inatingível, porque continuar existindo significa ser impossível dissociar as nossas inúmeras realizações das agruras existenciais que ocorrem na vida de todo ser humano...