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O que vale

A tendência dos seres humanos, normalmente, é valorizar

Terezinha Hueb de Menezes
Publicado em 23/02/2014 às 12:24Atualizado em 19/12/2022 às 08:53
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A tendência dos seres humanos, normalmente, é valorizar aquilo que mais chama a atenção, seja um acontecimento fenomenal, ou um fato de repercussão social fora do comum, ou, ainda, a inauguração de espaços gigantescos, chamativos pela exuberância.

Muitos atrelam tal valorização à felicidade. Ser feliz é estar ligado a tudo aquilo que traz repercussão retumbante, mas nem sempre constituindo o essencial para o encontro com o que promove a realização interior.

E, quantas vezes, o vazio interior contradiz o que se vê na face de determinado ser humano, iludido com o brilho exterior que ele vê, admira, mas que não o toca, na impressão de que uma barreira distancia um do outro. Mas ele teima em roubar um pouco daquela claridade ilusória, na esperança de que, com ela, seu vazio interno se preencha.

São as ilusões da vida. Dizem que os menores frascos trazem os melhores perfumes. Assim também em nossa existência.

Que brilho suntuoso se sobrepõe aos momentos inesquecíveis de um amor verdadeiro, à amizade entre pais e filhos, entre amigos que se respeitam na sinceridade, entre crianças na hora infantil dos folguedos?

Que brilho suntuoso ultrapassa a beleza de uma flor que se abre, de um beija-flor namorando a rosa vermelha, de um regato cristalino que não se cansa de rumorejar em seu caminhar interminável?

Que brilho suntuoso suplanta a doce voz da mãe que, no adentrar da noite, acalanta o filho pequenino, para que o cantar dos anjos o protejam? Ou daquela que, mãos em prece, eleva aos céus o pedido de proteção por sua família, no coração vendo a necessidade de cada um?

Que brilho suntuoso se sobrepõe à saúde que se recupera, à vida que nasce ou renasce, à reconquista de um bem perdido?

Aparência e essência: na primeira, muitas vezes, o vazio que faz transbordar a frustração; na segunda, a busca por valores que preenchem a alma na fé, na esperança, no desinteresse por aquilo que não é relevante na busca da felicidade.

A cada um cabem as escolhas existenciais. A cada um cabem os caminhos a seguir. A cada um cabe analisar seus valores e, em os analisando, assumir as escolhas feitas, que tanto podem conduzir à serenidade de uma vida interior feliz ou às falácias que, no vazio, também esvaziam, no engano, tantos corações incautos.

(*) Educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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