O poder e a glória

As mais recentes pesquisas sobre a aceitação do governo Lula indicam que nosso presidente foi avaliado com mais de oitenta por cento de aprovação de seu governo, considerado ótimo e figura em segundo lugar no ranking das celebridades com a marca mais valiosa no Brasil. Só Ayrton Senna está acima dele e com pequena margem. A pesquisa engloba outros nomes famosos, como Fernanda Montenegro, Ronaldo e Ana Maria Braga.

Agora, o grande desafio do presidente Lula será transferir votos para a sua candidata, Dilma Rousseff. Embora a regra no sistema eleitoral seja a de que voto não se transfere, se Lula conseguir eleger sua candidata, conquistará a glória no poder. E em 2014 poderá voltar à Presidência, se eleito, ou, se for o caso, apoiar a reeleição de Dilma.

Apesar de alguns senões, nosso presidente é respeitado no cenário internacional. Há fatos favoráveis e outros contrários para ele ter chegado a esse ponto. Alguns merecem ser registrados. O primeiro é o de dois boxeadores cubanos, Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, que fugiram da Vila Pan-Americana, contavam com asilo político no Brasil e foram deportados para Cuba. Afinal, Lula admira o regime cubano. Outro caso memorável foi o Brasil adotar política oposta à dos países que reconheceram o governo eleito de Honduras, Porfírio Lobo, que assumiu o comando no lugar do mandatário deposto, Manuel Zelaya. Outro fato digno de nota: o Brasil colaborou para que reféns das Farc, na Colômbia, fossem recentemente libertados.

Talvez fosse o caso de Lula sugerir ao presidente colombiano, Álvaro Uribe, que adotasse o mesmo tipo de Anistia acontecida no Brasil: ampla, geral e irrestrita. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) deixariam as armas, nada de condenação ou matanças dos dois lados e, enfim, a paz. Com a vantagem aos guerrilheiros que sequestraram, mataram e saquearam de poderem se candidatar nas eleições e um deles chegar ao posto supremo naquele país. E com uma lei de anistia bem elaborada, muitos guerrilheiros ainda poderiam encher os bolsos. Como aconteceu por aqui.

Com um pouco de conversa, Lula conseguiria convencer os dois lados, lá na Colômbia, a buscarem a paz. Então, alcançaria, também por esse caminho, os píncaros da glória. Com possibilidade do Nobel da Paz.

(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro