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O luto - Uma dor necessária

Considerado por muitos, apenas como um feriado a mais, o Dia de Finados é uma oportunidade de lembrar nossas perdas, atualizar a dor da separação por aqueles que partiram

Vera Lúcia Dias
Publicado em 02/11/2009 às 19:40Atualizado em 20/12/2022 às 09:43
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Considerado por muitos, apenas como um feriado a mais, o Dia de Finados é uma oportunidade de  lembrar  nossas  perdas,  atualizar a dor da separação por aqueles que partiram antes de nós e reviver os momentos de alegria que eles nos proporcionaram enquanto estiveram entre nós.

Para aqueles que sofreram perdas recentes esse dia costuma ser de  angústia e recordações dolorosas,  mas o luto é um processo necessário  para que possamos superar a dor e retomar nossa vida. Por isso, ele  não deve ser reprimido e sim encarado como um sentimento natural e espontâneo.

Embora possa se apresentar sob a forma de diversos sintomas, o luto não é uma doença. Doentio seria não sofrer com a perda de pessoas ou experiências que foram significativas e fizeram parte de nossa história...

Perder uma pessoa querida desorganiza nossa rotina e nossa vida. Fica sempre uma sensação de que não fizemos o suficiente. Quando enlutados, vivemos uma mistura de culpa, depressão, ansiedade, raiva, hostilidade, falta de prazer, solidão agitação, fadiga e choro fácil. Também é comum nossa autoestima ficar abalada, sentirmos desamparo, saudade, lentidão do pensamento, perda de apetite e de sono, diminuição da energia necessária para continuar tocando a vida e maior suscetibilidade às doenças.

Em meio a essa gama de sentimentos, a boa notícia é que a  maioria das pessoas conta com recursos para superar os seus lutos sem necessidade de ajuda profissional. Esta se faz necessária principalmente quando a perda da pessoa querida se dá de forma violenta, traumática e sem aviso.

Observamos ainda  que o maior índice de procura por apoio psicológico se dá pela morte de filhos ou irmãos jovens. Enterrar os pais, embora também seja sofrido, parece ser considerado como uma ordem natural.

 Recomendamos aos enlutados falarem de seus sentimentos, fazer exercícios físicos, participar de grupos de apoio, ler livros sobre o assunto, manter a esperança, procurar participar de atividades sociais, cuidar da alimentação, organizar-se para ter momentos de descanso e relaxamento, ouvir boa música e, se nada disso adiantar,  buscar ajuda profissional.

Aos que estão convivendo com pessoas em início de um período de luto, se quiserem colaborar,  é importante que procurem estar presentes como bons ouvintes, que considerem e aceitem a tristeza do outro como sentimento normal  e não fiquem tentando minimizar a sua perda ou “distraí-las” da mesma.

Muitas pessoas se sentem constrangidas ao fazerem visitas de pêsames. Nossa  experiência mostra que o  visitado  deseja sempre partilhar seus sentimentos ou relembrar sua perda. Nesses casos,  basta ao visitante mostrar acolhimento e compreensão às suas manifestações.

Que nesse Dia de Finados consigamos refletir sobre a certeza da Morte e agradecer ao Criador por termos tido, ao longo de nossa Vida, laços de afeto pelos quais podemos chorar!

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