ARTICULISTAS

O luto na música

Tenho admiração pelos autores por conseguirem expressar seus sentimentos nas letras de suas músicas...

Vera Lúcia Dias
Publicado em 26/10/2009 às 00:08Atualizado em 20/12/2022 às 09:50
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Tenho admiração pelos autores por conseguirem expressar seus sentimentos nas letras de suas músicas. Isso se torna mais marcante quando transformam a dor de uma perda em sucesso.   Revirando o baú da memória encontrei músicas de sucesso nas décadas passadas e, todas elas, falando de perdas significativas. Quem, acima de quarenta, não se lembra de Teixeirinha cantand “O maior golpe do mundo que tive na minha vida, foi quando com nove anos, perdi minha mãe querida”?   Segundo  mensagens circuladas na internet os três autores seguintes também compuseram em meio ao sofrimento. Edson Trindade escreveu para uma filha que morreu de acidente e Tim Maia cantou seu desesper “Não sei porquê você se foi. Quantas saudades eu senti e de tristeza chorando por o adeus não pude dar...”. Cartola chorou pela morte simbólica da filha idealizada quando descobriu que ela andava por maus caminhos : “Ainda é cedo amor, mal começaste a conhecer a vida e já anuncias a hora da partida, sem saber que rumos irá tomar”.   Djavan teve uma mulher chamada Maria, os dois teriam uma filha que se chamaria Margarida, mas sua mulher teve um problema na hora do parto e   ambas morreram: “E o meu jardim da vida ressecou, morreu. Do pé que brotou Maria nem Margarida nasceu”.  Sérgio Bittencourt cantou para seu pai Jacob do Bandolim: “Agora resta uma mesa na sala, e hoje ninguém mais fala no seu bandolim. Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele tá doendo em mim”.   Taiguara lamentava : “Hoje a minha vida já não tem cor...”. Num festival de música, um dos vencedores cantava: “Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu. A vida estancou de repente, ou foi o mundo então que parou”. A mesma música nos diz que a dor do luto passa: “Mas eis que chega a roda viva e carrega a tristeza pra lá”.   Gente é assim. Fica feliz porque ama e fica triste porque perde quem ama. A morte faz o que a vida não consegue. Iguala na dor todos que choram por pais, mães, irmãos, amores e amigos, fazendo sentir tristeza, saudades, lembranças, solidão e muitos outros sentimentos.   É ainda que, com música que encerro esse artigo lembrando que o maior tributo que podemos fazer aos nossos mortos, é garantir-lhes o seu lugar em nosso coraçã “Você marcou na minha vida, viveu e morreu na minha história... E eu gostava e gosto tanto de você!”

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