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O livre-arbítrio e o inconsciente coletivo

O homem precede ao livre arbítrio, que se extingue no infinito por não ser eterno, como o espírito o é.

Gilberto Caixeta
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 15:25
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O homem precede ao livre arbítrio, que se extingue no infinito por não ser eterno, como o espírito o é.

O homem primitivo instintivo se move pelo que tem que fazer, era como era, ele pertence a um reino anterior a ele. O instintivo tem vida apoderando-se da natureza das coisas que adentram a sua natureza revelando o seu destino de ser livre. No entanto, o livre-arbítrio que foi ponte da travessia, do instintivo para o racional, se extinguirá por não mais precisar escolher, sozinho. Neste estágio a aspiral cíclica da evolução se move pela perfeiçãondo ele estar, feita à imagem e semelhança do ideal da criação.

Enquanto vivemos apoderando-nos do livre-arbítrio para decidir, ele ensina ao racional a fazer as suas escolhas. Essa é a função do livre-arbítrio, fazer do homem, não o fantoche do destino, mas o condutor da vida construtiva pessoal onde os caminhos percorridos se agregam a experiências e pontos de ensinamentos.

Cada homem está em seu ponto de evolução irradiando para dentro de si e externando ao cosmo a sua evolução. Não há saltos neste processo, que ocorre um a um. São níveis pessoais de luzes, que se somam ao conjunto de pensamentos equivalentes. A luz interna nos faz mergulhar em nós mesmos, enquanto a externa mergulhamos em nós, cósmico.

O inconsciente coletivo traduz estágios sistêmicos de igualdade de aspirações onde o conhecimento disponibilizado no tempo é acessado por aqueles que têm o ideal idêntico. O inconsciente coletivo, portanto, pode ser apreendido em vários níveis, dependente só do estágio daquela comunidade.

É aqui que entra o livre-arbítrio exercido a partir da racionalidade. Ensinando ao homem a aprender a escolher, aprimorando o seu mental. É pelas escolhas que a mente aprende a escolher, aprende a ponderar e, só depois, aprende a optar para não escolher mais sozinha. Descobre que existe uma escolha maior, então, ela aprende a auscultar, a olhar para dentro de si e acaba encontrando as respostas dentro si. Ao penetrar nos níveis, que não são mais mentais, se desperta para a harmonia da estabilidade do destino quando não se decide mais sozinho.

O livre-arbítrio que nos ensinou a ser mental e a absorver o inconsciente coletivo, nos ensina a buscar dentro de nós os nossos níveis de comprometimento espiritual. O livre-arbítrio, que era, unicamente, mental alinha-se ao espiritual e não mais decide só. Não há mais conflito e a paz foi contemplada pela harmonia não mais falseada de alegria.

Evódio, ao acordar, olhou o lençol embolado ao chão, o travesseiro jogado, olhou a folhinha do Sagrado Coração de Jesus sem enxergar, ouviu chamando- “Levanta, está na hora de trabalhar.” O seu livre-arbítrio o empurrou para o chuveiro, mas havia uma certa leveza em seu corpo como se o seu espírito o ajudasse a caminhar para mais um dia de batalha que não cessa.

(*) professor

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