ARTICULISTAS

O lado bom

Normalmente, somos levados a julgar as pessoas mais pelo que elas possuem de negativo

Terezinha Hueb de Menezes
thuebmenezes@hotmail.com
Publicado em 23/10/2010 às 19:23Atualizado em 20/12/2022 às 03:38
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Normalmente, somos levados a julgar as pessoas mais pelo que elas possuem de negativo no modo de agir do que pelo que apresentam de positivo.

Muitas vezes, pequenos gestos que nos contrariam nos levam a olhar atravessado para a pessoa que pensamos nos ter ofendido propositadamente. E, quantas vezes, os gestos de bondade, de carinho, de ajuda ou interesse por nossos problemas ficam soterrados naquele que julgamos ofensivo. E o que nos impulsiona a supervalorizar, em muitos casos, pequenos deslizes em relação a nós é a dificuldade em perdoar.

É comum tomarmos conhecimento de irmãos entre si, ou de pais e filhos que passam quase uma vida inteira retendo no coração mágoas e raivas, provocadas por palavras ou atitudes quase sempre impensadas e explosivas, mas que calam fundo no interior dos que se sentiram ofendidos e se negam a perdoar. Com isso se privam de convivência salutar, dos bons momentos que poderiam ser compartilhados.

Penso que, em cada pessoa, temos que pesquisar o que apresentam de bom, a forma usual com que auxiliam o próximo, palavras amenas com que se dirigem às pessoas normalmente, e não nos deixar fixar por apenas um  momento de infelicidade, às vezes até mais de um, e sim colocando-nos de olho naquilo que existe de bom.

Analiso a atitude daqueles que só observam o lado ruim nas atitudes de alguém como, em face de lençol branquíssimo no varal, a pequena mancha de um mosquito pousado suplantar a alvura do tecido. Assim agimos quando nos deixamos envolver por atitudes consideradas ofensivas. Quantas vezes o benefício destinado a alguém por outro alguém uma vida inteira se perde por um julgado pequeno ato ofensivo!

Nada de melhor existe do que a paz interior. E esta só se instala no coração daqueles que não se deixam machucar pela presença de rancores intermináveis, de azedumes constantes, de julgamentos radicais, de negativas ao perdão, de fixação em detalhes desagradáveis quando existe um universo de bondade em cada pessoa a ser garimpado.

Nossa passagem por aqui é tão fugaz, na ligeireza dos acontecimentos: não devemos nem podemos ocupar o precioso tempo existencial de que dispomos com preocupações vãs que nos afastam de Deus e do próximo. Não vale a pena deixar que cicatrizes desnecessárias nos marquem – quantas vezes! – por uma vida inteira, quando há tanto a descobrir no lado bom de cada um.

(*) educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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