Hoje falo de algo que todos já vivenciaram: dia desses, ao encostar uma vassoura na parede, observei o quanto aquele objeto
Hoje falo de algo que todos já vivenciaram: dia desses, ao encostar uma vassoura na parede, observei o quanto aquele objeto é vulnerável a cair, bastando um leve toque para que ela se precipite ao chão. Observei também que a “fortaleza humana” só é forte enquanto não dá de testa com a própria fragilidade. Os de peito largo se esquecem disso.
Sem lugar e rumo, a pessoa vaga como se fosse um zumbi e nem pode dar a outrem o próprio endereço. Portanto, o homem e a vassoura se parecem e precisam de um canto, caso não o tenham, ele perde o encanto e ela, a vassoura, derriça até cair. Coisa de poeta? Não. Essa é a nossa realidade.
Tudo é questão de estar no prumo. O homem fora de prumo oscila como um pêndulo e a energia que precisa para voltar à posição de equilíbrio pode não ser suficiente e a sarjeta virar o seu abrigo. Ao passarmos pelas praças, marquises e viadutos, vemos exemplos de seres humanos estirados que estão próximos de perder o encanto. A nossa Praça Dr. Carlos Terra e outras mundo afora, dia e noite, mostram-nos exemplos eloquentes de pessoas fartas em receber caridades, mas não recebem uma oportunidade para voltar ao prumo. Elas precisam de um canto.
A rua é devassa e não tem um canto ideal para acolher o homem. A vassoura sem o vértice das paredes para contê-la, cai. Ah! Tem o prego que tanto pode “pendurar” o homem quanto a vassoura, mas, pendurados, cadê o encanto e o canto?