Em 1988, fui solicitado a escrever para o Anuário Espírita 89 um artigo a respeito do que afirmavam os dicionários e enciclopédias internacionais sobre o Espiritismo, verbete pouco observado pelos lei
Em 1988, fui solicitado a escrever para o Anuário Espírita 89 um artigo a respeito do que afirmavam os dicionários e enciclopédias internacionais sobre o Espiritismo, verbete pouco observado pelos leitores. Trabalho que demandaria uma equipe para realizá-lo, mesmo assim aventurei-me a preencher nada mais que vinte e sete páginas, citando as devidas fontes e traduzindo alguns textos, o que aqui não me será permitido fazê-lo, bem o sei. Decorrido tanto tempo, resolvi fazer uma síntese de semelhante pesquisa, para demonstrar que muitos não conhecem exatamente o que significa o Espiritismo, em toda a sua plenitude de conceituação. Os livros consultados saem com numeração, apenas para meu controle pessoal, alguns com data de publicação. Entremos logo no assunt 1 – Grande Dicionário Etimológico-Prosódico da Língua Portuguesa, de Francisco da Silveira Bueno (1974): “Espiritism conjunto de crenças e de práticas, baseado na invocação dos espíritos, das almas.” Na realidade, somente Allan Kardec utilizou o método da evocação dos Espíritos, por necessidade de comprovação. Hoje, ninguém se preocupa, conscientemente, em evocar qualquer entidade desencarnada, mesmo em se tratando de ente querido, porque tudo deve acontecer espontaneamente. Em seu Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, de 1980, o mesmo autor diz o seguinte, utilizando o bom sens “Doutrina fundada na crença da existência de comunicações, por intermédio da mediunidade, entre vivos e mortos, entre espíritos encarnados e os desencarnados.” 2 – No Lisa – Grande Dicionário da Língua Portuguesa – Histórico e Geográfico, de Maia de Oliveira, a definição é praticamente a mesma: “Doutrina que se funda na crença da existência de comunicação entre vivos e mortos por intermédio da mediunidade.” 3 – No Lello Universal em 4 Volumes – Novo Dicionário Enciclopédico Luso Brasileiro, o que se encontra em Encycl., há algo um tanto falho, mas que, deixando de lado a antiquíssima ortografia, encontramos ist “A tese fundamental do espiritismo é que existe uma comunicação entre os vivos e os espíritos dos mortos. Estes manifestam-se aos vivos, guiam-nos e aconselham-nos.” Em seguida, refere-se aos fenômenos de efeitos físicos, julgando a materialização como sendo manifestação mais completa que a aparição; as deslocações ou projeções de objetos diversos, etc. Por hoje, apenas estes tratados, que merecem, por certo, o respeito de todos. (*) clínico geral e psiquiatra [email protected] Elias escreve aos domingos neste espaço