O Capitalismo é um câncer. Corroi tudo por dentro, às vezes vestido de anjo
O Capitalismo é um câncer. Corroi tudo por dentro, às vezes vestido de anjo. Por favor, não estou falando dos ricos nem das riquezas. Estou falando do Capitalismo. Espero que o leitor não me rotule de comunista. Por sinal, o comunismo já acabou. Mas o Capitalismo ficou. Dê uma olhadinha na situação financeira do mundo e você vai entender. A procura do lucro desenfreado empobrece a dignidade humana, cria bolsões de pobreza e mata de fome milhões de seres humanos. É um criminoso inteligente. As indústrias farmacêuticas, militares e de alimentos lançam metástase por todos os lados. Lançam seus remédios, suas armas superpoderosas, seus alimentos que curam de um lado e matam por outro, e, apesar de sua química avançada, bactérias cada vez mais fortes vão criando males físicos cada vez mais agressivos e invencíveis. Muito inteligente é a propaganda que criam em todos nós, uma necessidade psicológica de consumo desenfreado.
Estou insistindo no lado negativo. Não nego que muitas invenções, principalmente na área eletrônica, nos trazem benefícios incalculáveis. Em minha crônica de sábado comentei o benefício que nos trouxe o computador. Já pensaram se ainda hoje estivéssemos com nossas eletrolas, nossas canetas-tinteiros, nossos telefones de manivela? Não consigo mais imaginar a vida de hoje sem o computador e sem o celular. São imprescindíveis.
Dizem os “experts” no assunto que o cérebro humano é bilhões de vezes superior ao mais avançado computador. Só nos falta a tecla “delete” para enviar definitivamente para a lixeira as coisas inúteis armazenadas em nossa memória, em nossos conjuntos neurais e sinapses. Coisas que estão acumuladas em nosso “eu profundo”, nas dobras de nosso inconsciente, coisas que só vêm à tona nos sonhos ou nos processos de regressão.
Seria bom se pudéssemos jogar na lixeira os acontecimentos desagradáveis de nossa vida, coisas cuja lembrança nos faz sofrer, nossos ódios, nossas vinganças, nosso desprezo por certas pessoas, nossas infidelidades ao amor, nossas intolerâncias, nosso orgulho, tanta lama!
Estou pensando que temos um “delete” em nossa vida. Tenho certeza. Trata-se de Alguém que conhece nossa vida nos mais profundos recantos. Ele nos perdoa. Nos limpa por dentro. É dEle que estou me lembrando. Ele, o Pai. Ele só nos pede uma coisa: “formatar” bem a nossa vida. “O resto nos será dado por acréscimo”.
(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro