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Unidos na prevenção de incêndios rurais

Mário Campos
Publicado em 25/06/2022 às 18:49Atualizado em 18/12/2022 às 22:01
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A chegada do inverno acende alerta e amplia risco de incêndio, principalmente, nas regiões rurais. Entre 2016 e 2021, os incêndios “queimaram” R$ 107,8 milhões só em Minas Gerais, que ocupa a terceira posição do país em prejuízos provocados pelas chamas. Os dados são de um estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

Ano passado apresentou um cenário ainda mais desafiador para Minas Gerais. Segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF), setembro de 2021 foi o mês com mais focos de incêndio dos últimos dez anos. Em média, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou um foco ativo no Estado a cada seis minutos durante o período.

Conforme o IEF, os incêndios no Estado se tornam ainda mais graves devido à grande maioria estar ligada à ação humana. O instituto aponta que 99% de todo o fogo que consome nossas florestas começa a partir desta ação. Ainda segundo o órgão, um terço dos incêndios em Minas, inclusive, é causado por vândalos ou piromaníacos, pessoas que sentem prazer em atear fogo em vegetação e áreas rurais. Já os outros dois terços acontecem por acidentes no manuseio das chamas.

Os incêndios vão além. Eles destroem o ecossistema local, ocasionando enormes danos à flora e à fauna, danos à saúde de pessoas, prejuízos às empresas, destruindo propriedades e provocando perdas para o patrimônio.

Além das perdas já citadas, os incêndios também trazem transtornos que ninguém deseja, como a falta de energia elétrica. De acordo com a Cemig, somente no ano de 2021 foram registradas 936 ocorrências, totalizando 738.140 pessoas que tiveram o fornecimento de energia afetado por focos de incêndio em todo o Estado.

Além do risco de deixar hospitais, residências, comércios e escolas sem energia, provocar incêndios em mata, floresta ou áreas rurais pode ser considerado crime e prevê restrição de liberdade. De acordo com o art. 41 da Lei 9.605/98 (Leis de Crimes Ambientais), pode resultar em pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa.

Diante da premente necessidade, a Siamig – Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais – lançou, em março deste ano, o Instituto Mineiro de Preservação Ambiental Rural (Impar). Uma organização que se dedica à temática ambiental e que nasceu da preocupação do setor sucroenergético em relação aos impactos provocados pelos incêndios e à implementação para prevenir e reduzir esse tipo de ocorrência.

Um dos principais objetivos da Impar consistem em promover ações conjuntas de prevenção aos incêndios rurais e difundir conhecimento acerca das práticas seguras de combate nas comunidades afetadas.

É importante destacar que o setor sucroenergético mineiro, desde sempre, vem promovendo ações para minimizar as perdas causadas pelo fogo. Atualmente, o setor conta com mais de dois mil brigadistas e grande quantidade de equipamentos, como caminhões-pipas, abafadores, sopradores, entre outros, para combater os incêndios, além de oferecer treinamentos aos colaboradores das usinas, em parceria com o Senar-Minas e o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. O curso foi lançado em julho de 2020 e já formou mais de 440 colaboradores.

Agora, estamos entrando no período mais crítico, entre os meses de julho e setembro, quando o tempo seco e a ventania típicas desta época favorecem a propagação do fogo. Com isso, o Impar, juntamente com toda a cadeia produtiva de cana-de-açúcar, realizará uma campanha de conscientização para combater os incêndios criminosos.

Com o tema “Unidos na Prevenção de Incêndios Rurais”, a campanha, que se inicia no dia 1° de julho e se estende até o final de setembro, visa esclarecer a população de forma geral de que provocar incêndio é crime, pois, além de destruir a biodiversidade, coloca todos em risco e gera grandes prejuízos financeiros.

As ações e a campanha educativa, também nas redes sociais, têm como foco mostrar os cuidados que as pessoas devem tomar para evitar os incêndios ocorridos, normalmente, por práticas perigosas, como o descarte de uma simples bituca de cigarro nas estradas.

A campanha só será eficaz com o apoio de todos. A população também pode fazer a sua parte, engajando na campanha, além de redobrar os cuidados, evitando ações que possam iniciar qualquer tipo de incêndio.

Mário Campos

Presidente da Siamig e do Instituto Impar

 

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