Recentemente, eu atendi, como consultor, dois empresários em um espaço de tempo muito próximo e com histórias parecidas.
Estes empresários, que não se conhecem, têm aproximadamente 55 anos, filhos estudando, grande atuação empresarial, muito empreendedorismo, vários colaboradores e, infelizmente, estão com suas empresas em situação pra lá de delicada.
Os ramos de atuação são completamente diferentes, mas numa coisa suas histórias se aproximam: eles trabalharam muito nos últimos anos e não tiveram tempo para analisar os seus negócios e enxergar o futuro. Literalmente, foram mais duas vítimas da evolução das coisas e não perceberam que o tempo passou e que o mundo mudou.
Em termos de equipamento, estão bem avançados; as suas equipes estão bem treinadas e até atualizadas, mas eles não se atentaram que a relevância que seus negócios tinham acabou.
Sim! Hoje surgiram maneiras mais econômicas, práticas e rápidas de se obter os serviços que eles oferecem. E suas empresas, que eram de porte médio e grande, foram perdendo espaço, perdendo mercado e tendo menos serviços e menos contratos. Ao longo dos três últimos anos, de maneira rápida, as suas empresas foram demitindo e se envolvendo em dívidas e chegaram a um ponto insustentável.
Uma das maneiras de sobreviver, infelizmente, é reduzir ao máximo as suas estruturas para que os custos fixos despenquem a níveis quase zero, buscar novos mercados e contratos e trabalhar os seus “mindsets”, isto é, suas formas de pensar.
Este último ponto é extremamente difícil porque o psicológico está profundamente abalado, o senso de derrota já tomou conta e aquele vigor do passado, aquele brilho no olhar, já se foi. Ambos estão a poucos passos de uma depressão.
Os casos não são fáceis. É necessário haver paciência, apoio inconteste da família e dos poucos amigos que ficaram e, claro, da vontade pessoal de ser ajudado e aceitar a nova realidade, porque, na maioria dos casos, os empresários querem parar de vez e esperar que o amanhã lhes traga algo de novo e melhor. Mas isso jamais acontecerá, pois só chuva e bênçãos caem do céu, tudo o mais é fruto do trabalho, sacrifício, da dedicação e luta; aliás, características que já fizeram parte de suas vidas, mas que hoje estão adormecidas.
Não é fácil, mas é imprescindível que se mude a cabeça, que se estude o negócio, o mercado e parta para cima. Com o uso das características empreendedoras, trabalho, inspiração e suor; com o apoio da família e sob a proteção divina, eu tenho certeza que ambos irão encontrar novos caminhos e vão superar estas crises.
Ao final da consultoria, eu disse a mesma frase aos dois: não pare, recomece!
Fulvio Ferreira
Empresário, palestrante e treinador de equipes
www.fulvioferreira.com.br
