ARTICULISTAS

Falando de Diálogos ainda

Sandra de Sousa Batista Abud
Publicado em 14/01/2021 às 19:58Atualizado em 18/12/2022 às 11:47
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O campo emocional da construção da personalidade está repleto de pais e professores bem-intencionados, que almejam formar mentes livres, usando técnicas erradas que asfixiam a segurança, a ousadia e a resiliência, o que favorece a formação de jovens frágeis, conformistas, escravizados aos próprios conflitos.

Pais e professores que desejam formar jovens capazes de debater ideias existem, mas é mais frequente a formação de adolescentes tímidos e cheios de medo do que os outros pensam deles.

Torna-se necessário estabelecer mudanças na forma de educar.

O ser humano passa um tempo significante de sua vida, da pré-escola à graduação, em estabelecimentos educativos com educadores e com os pais e, no entanto, chega à idade adulta emocionalmente imaturo, incapaz de controlar sua ansiedade, incapaz de proteger suas emoções, incapaz de usar sua sabedoria e de reciclar suas necessidades neuróticas como a de estar sempre certo e de ser o centro das atenções.

A formação de filhos inteligentes e generosos é fundamental, mas exige educadores brilhantes e eficientes. No entanto, o mais comum, como resultado de formas ineficientes de educar, são educandos ansiosos, egocêntricos e expectadores passivos.

Promover a capacidade de gestão da emoção dos jovens para que sejam autores de sua própria estória, pacientes, autônomos, seguros, proativos, carismáticos, estáveis, ousados, empáticos, capazes de aplaudir a vida deveria ser o objetivo de toda a educação, com respeito à cultura de cada país e de cada povo.

Esse tipo de educação e formação previne transtornos emocionais, homicídios, suicídios, guerra, corrupção, discriminação, qualquer tipo de violência, pacificação de conflitos, preservação do meio ambiente.

Tudo de bom, não?

Educar é uma tarefa de extrema complexidade que exige diálogos emocionalmente inteligentes.

Diálogos emocionalmente inteligentes devem substituir repetição das mesmas palavras, repetição das mesmas advertências, o que não coloca limites, mas estressa o cérebro de filhos e alunos.

Diálogos emocionalmente inteligentes abraçam mais e julgam menos, são menos desanimados e mais audaciosos.

Diálogos emocionalmente inteligentes encantam mais e desencantam menos.

Diálogos emocionalmente inteligentes exaltam os comportamentos saudáveis, os acertos, antes de apontar erros e falhas.

Diálogos emocionalmente inteligentes elogiam antes de punir, ensinam a pensar e a ter consciência crítica, colocam limites com afeto e não com rancor.

Diálogos emocionalmente inteligentes propiciam o autocontrole, a autoestima, o altruísmo, a ousadia, a resiliência. 

Sandra de Sousa Batista Abud

Psicóloga clínica - [email protected]

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