ALTERNATIVA

Primeiro lote da Coronavac chega em Uberaba nesta terça-feira à tarde

Lídia Prata
Publicado em 18/01/2021 às 17:18Atualizado em 18/12/2022 às 11:51
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É absolutamente inacreditável a confusão que se  instalou em torno da vacinação dos brasileiros contra a Covid-19. No domingo, logo após a liberação das vacinas Coronavac e Oxford AstraZeneca pela Anvisa, assistimos àquele show de bizarrices protagonizado pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e pelo governador João Dória. Uma disputa insana pela paternidade das vacinas do Butantã, como se fossem dois moleques brigando pela bola numa partida de futebol. Não bastasse, os desencontros sobre data e horário para a vacinação dos brasileiros, com anúncio de previsão inicial para quarta-feira e, depois, o governo cedendo à pressão dos governadores para o governo antecipar a remessa. Pior: no novo horário determinado pelo ministro, 17h,  a maioria dos postos de vacinação no país já está fechada. Francamente!

ERROS EM SÉRIE

Depois de errar feio na compra das vacinas e das seringas, o ministro Pazuello tem sido criticado por falhas de logística na distribuição da vacina aos Estados. Amadorismo inadmissível diante de uma situação grave como esta.

ATRASO NA PRODUÇÃO

Outro problema que pode “melar” a campanha de vacinação no Brasil é que tanto o Butantã, quanto a Fiocruz dizem que a produção das vacinas em seus laboratórios pode atrasar, porque não há previsão de chegada dos insumos que vêm da China. Isso significa que a vacinação poderá não deslanchar tão cedo. Pior: os secretários estaduais de Saúde temem lacunas no calendário de vacinação por falta de doses, o que compromete a chamada imunização de rebanho. Com isso, qual a estratégia a ser adotada? Imunizar o maior número de pessoas com essa primeira dose, ou guardar a metade das vacinas para imunizar apenas os profissionais de saúde com as duas doses recomendadas?

MÍNIMO DO MÍNIMO

Ainda no domingo, após o anúncio do ministro da Saúde sobre a distribuição das vacinas aos Estados, não se sabia quantas doses viriam para Uberaba, como seriam distribuídas, quais os locais de vacinação, nada. As dúvidas se arrastaram por toda a manhã e tarde desta segunda-feira. 

Aqui em Uberaba, o Corpo de Bombeiros ficou o dia todo à espera de convocação pelo Estado para buscar em BH os lotes de vacina para o Triângulo Sul, usando o helicóptero Arcanjo 6. Mas não foi acionado para essa missão.

Já passava das 17h e as vacinas não haviam chegado na Superintendência Regional de Saúde. Somente por volta das 20h o superintendente foi informado que as vacinas chegarão no aeroporto de Uberaba nesta terça-feira, por volta das 14h. Mas o quantitativo continua sendo uma incógnita!

QUE FRIOOOOOOOOO!

Ao programa O Pingo do Jota, o superintendente regional de Saúde, Maurício Ferreira, jogou um balde de água gelada na esperança de todo mundo, ao dizer que provavelmente apenas 5.000 doses seriam entregues pelo Estado para Uberaba. Mas ele nem mesmo sabia ao certo quantas doses virão para a nossa região. Ainda assim, é certo que esse volume de vacinas não é suficiente sequer para aplicação nos profissionais de linha de frente do atendimento aos doentes com a Covid-19. Que dirá o restante da população, incluindo idosos, portadores de comorbidades, professores etc.

PLANO DE VACINAÇÃO

Em que pesem o volume insignificante de doses destinadas nesta primeira remessa e as mudanças sucessivas de determinações por parte do Ministério da Saúde, Uberaba precisa apertar o passo na elaboração do seu plano de vacinação. Várias cidades da região já  concluíram seus respectivos planos de vacinação para colocação em prática tão logo recebam as vacinas. Uberlândia, por exemplo, tem um cadastro online em que o cidadão pode informar seus dados (nome, idade, comorbidades etc) e aguardar a liberação da data, horário e local para receber a vacina. É bem verdade que a cidade vizinha fez esse programa com antecedência, porque a equipe de saúde pública é praticamente a mesma, tendo em vista que o prefeito de lá foi reeleito.

PROVIDÊNCIA IMEDIATA

Vale lembrar que Uberaba teve sucesso no ano passado com agendamentos eletrônicos para os testes de Covid-19. Talvez seja apenas uma questão de adaptação daquele programa para o novo desafio da vacinação, evitando que as pessoas corram aos postinhos agora, antes de serem disponibilizadas as doses. A organização do trabalho a ser implementado será a base do sucesso da campanha. Até onde se sabe, a secretária interina de Saúde, Juliana Lima, pretende dividir a cidade em setores e contar com a participação da rede privada, assim como foi feito na campanha contra o H1N1.

E A PALAVRA DADA?

Barzinhos lo-ta-dos no fim de semana, a despeito do compromisso assumido pelos representantes do setor bares, restaurantes e hotéis com a prefeita Elisa, na semana passada. Fotos enviadas à coluna mostram clientes aglomerados em mesas próximas ou unidas umas às outras, assim como gente em pé e até garçons servindo sem máscara... Sinais mais do que evidentes de que é preciso endurecer as regras e a fiscalização, antes que a explosão de casos da Covid-19 fique totalmente fora de controle.

FESTANÇA

Três festas foram encerradas pela Fiscalização de Posturas no fim de semana. Segundo revela o chefe do setor, Renê Inácio de Freitas, todas elas reuniam moçada. Uma das festas não tinha aparência alguma, mas quando a fiscalização entrou no local se deparou com a presença de banda e dezenas de jovens sem máscaras.

PEDAL SEGURO

A propósito, o vice-prefeito Moacyr Lopes lançou um apelo aos seus companheiros de pedal para que guardem distância e evitem passeios em grupo, pelo menos nos próximos 10 dias, dado o aumento assustador do número de casos de Covid-19 em Uberaba.

HORA ERRADA

Vereadora Lu Fachinelli considera totalmente inoportuno o requerimento assinado por alguns de seus colegas parlamentares, com o objetivo de tirar a Funepu da gestão das UPAs. “Conhecedora da máquina pública, entendo que no primeiro momento o Município precisa vencer a pandemia. Não podemos tomar uma decisão abrupta desta magnitude em meio ao caos da pandemia. Não dá para dar um choque agora nas questões das UPAs, que são a porta de entrada de quem está no atendimento emergencial. Isso importaria da contratação de médicos, enfermeiros, gestor, insumos e tantas outras questões administrativas e isso exige um processo que não é do dia para a noite que será construído. Cada agonia ao seu tempo. Não podemos fazer as coisas de forma apressada, pois pode ficar pior do que já está. Agora não é hora de inflamar simplesmente. Agora é hora de trazer soluções, em força tarefa, para desacelerar a contaminação do coronavírus” – escreveu nas suas redes sociais. Está coberta de razão.

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