RENATO ABRÃO

Cuidados paliativos será que realmente precisamos falar sobre isso?

Publicado em 17/10/2020 às 20:04Atualizado em 18/12/2022 às 10:22
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Doutor Leandro Facuri é o convidado da Coluna deste domingo (18) com o tema cuidados paliativo no câncer de mama.

´´ Curar quando possível, aliviar quando necessário, consolar sempre. ``

A celebre frase atribuída a Hipócrates, considerado o pai da medicina, que viveu entre os anos 470 a 360 AC. Traduz com fidelidade a nosso luta contra o câncer de mama desde o diagnóstico até a terminalidade.

Sim precisamos falar sobre isso e abertamente, mais do que falar , precisamos desmistificar, passar conhecimento, quebrar antigos Tabus. O conselho Federal de Medicina reconheceu os cuidados paliativos com uma especialidade médica oferecendo vagas de residência médica para atuação na área, e estimulando a formação de novos médico com um olhar especial sobre o assunto. Quando ouvimos o termo cuidados paliativos, não há porque temer, do latim Pallium, significa proteger, uma forma de cuidar de quem necessita, de minimizar a dor física, emocional e espiritual. Não é fácil receber a notícia de uma doença, ainda pior de uma doença que ameaça a continuidade da vida, de uma doença que pode trazer dor e o desconforto na hora do desprendimento, infelizmente chega o momento em que o remédio tornasse mais prejudicial do que os efeitos da própria doença, mesmo assim é inaceitável ouvir que: `` Não há mais o que fazer, já fizemos de tudo.´´ Temos muito o que fazer , e é disso que se trata os cuidados paliativos, ou Cuidados de Suporte e Terapêutica, assim chamado em alguns serviços .  Através de uma equipe  multiprofissional, com médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e muito outros também importantes , o paciente e seus familiares, de forma integrada e humanizada recebem apoio na prevenção e no controle dos sintomas físicos, emocionais, e na solução de problemas sociais e espirituais. Dependendo das condições físicas do paciente devemos estimular o convívio social, a saída dos ambientes de tratamento, frequentar espaços abertos, bem iluminados e arejados, desenvolver trabalhos manuais, a meditação e o relaxamento, há uma infinidade terapias não medicamentosas com efeitos fantásticos que podem ser empregado, incluindo também a crença e a religiosidade.

Não precisa ser em um hospital, aquela terrível história de um determinado andar de um determinado hospital, coisa do passado! Não podemos mais aceitar isso, não se trata de um local especifico, pode ser na sua própria casa (Home Care) ao lado da sua família, amigos e animais de estimação, é um conceito, são os Hospicies , onde a pessoa passa a ser o foco do tratamento e não mais a doença, promovendo qualidade de vida, sem pensar na brevidade ou na extensão do tempo de vida.

A finitude, o medo da morte, é outro assunto quase que proibido para a maioria de nós da cultura ocidente, é um dos sentimentos humanos mais primitivos e inconscientes, pensar na possibilidade de deixar a família desamparada causa ainda mais angustia e sofrimento, é importante sim preparar para hora do LUTO, e a equipe multiprofissional dos cuidados paliativos tem papel fundamental nesta hora.

Eu penso como algumas culturas do oriente médio, que ter conhecimento de que o final da vida está se aproximando pode ser uma dádiva divina, é com uma segunda chance, é ter a possibilidade de refletir sobre a vida que foi vivida.

Agradeço ao Dr Renato Abrão pela oportunidade de me expressar nesta coluna.

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