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Capitólio poderá ter acesso restrito em épocas específicas do ano

A medida pode ser adotada por segurança depois do acidente que resultou na morte de 10 pessoas durante passeio de lancha no lago de Furnas

Gisele Barcelos
Gisele Barcelos
Publicado em 17/01/2022 às 10:48Atualizado em 18/12/2022 às 17:53
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Foto/Portal da Chalana/Lago de Furnas

Após tragédia em Capitólio, o acesso aos cânions do lago de Furnas pode ser restrito em determinadas épocas do ano como medida de segurança. A possibilidade foi apresentada pelo governador Romeu Zema durante visita à região do acidente na semana passada.

Zema posicionou que nada parecido havia acontecido em Capitólio até então e a situação ocorrida mostrou que a região dos cânions é sujeita a riscos de deslizamento de rochas. Por isso, ele salientou que uma análise técnica é necessária para determinar possíveis riscos futuros e viabilizar a realização das atividades turísticas no local com segurança.

"Sabemos agora que é uma região sujeita a risco, e que vai merecer análises técnicas de geólogos e de pessoas que podem fazer uma análise e colocar ali um nível de risco. Queremos que a região continue atraindo turistas, mas a partir de agora com um cuidado adicional. Será pedido e teremos anualmente uma análise", disse.

Uma das medidas extras de segurança pode ser a restrição dos passeios no lago de Furnas em determinadas épocas do ano. Segundo o governador, a visitação ao local pode ser impedida no período chuvoso para evitar novos incidentes.

‘Dependendo das chuvas intensas, como nesse momento, que causam o rompimento dessas rochas em determinadas épocas do ano, e dependendo da intensidade da chuva, o acesso à região não deverá ser permitido. Nós queremos viabilizar o turismo com segurança", manifestou.

Em paralelo, após o incidente em Capitólio, uma reunião foi realizada na semana passada pelo Ministério do Turismo com representantes do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) para traçar um plano para aumentar a segurança em destinos turísticos no país. Conforme a proposta, os Estados indicarão os locais e o CPRM analisará os riscos no intuito de evitar novos casos semelhantes ao ocorrido no lago de Furnas.

O CPRM já disponibilizou um Curso de Percepção de Riscos Geológicos aos gestores municipais e estaduais, mas também fornecerá um Mapa de Suscetibilidade aos gestores estaduais para que comparem os dados já existentes com as áreas de interesse turístico. Por meio do mapeamento, os estados poderão solicitar "vistoria" do CPRM e Defesa Civil a fim de evitar possíveis acidentes.

“Nós temos condição de mapear essas áreas e alertar sobre possíveis riscos por meio de laudos geológicos em municípios com interesse turístico. Além disso, estamos trabalhando para capacitar condutores de turismo náutico”, informou o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto.

Cuidados para passeios de ecoturismo

Apesar de alguns acontecimentos não poderem ser previstos com exatidão, geralmente existem sinais de alerta aos quais é preciso estar atento. No caso de Capitólio, realmente não era possível prever que haveria a queda de um bloco rochoso naquele momento, mas existiam sinais de que uma cabeça d’água estava por vir.

Desta forma, a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) orienta que aos viajantes que Os contratem passeios de empresas comprometidas com a segurança, que atuam em conformidade com a Lei Geral do Turismo e o Código de Defesa do Consumidor.

A entidade recomenda solicitar informações sobre a existência de um Plano de Atendimento de Emergências, além de verificar se a empresa trabalha com condutores certificados, se oferece seguro da atividade e se os equipamentos estão em bom estado de conservação.

Fique atento aos sinais da natureza!

=> Mesmo que não esteja chovendo no local onde você se encontra, as chuvas em outras áreas do rio podem causar o aumento no fluxo d’água, principalmente no verão. Além de observar se há nuvens na parte alta do rio ou da cachoeira, vale olhar a previsão do tempo antes de sair de casa, já que podem acontecer mudanças meteorológicas repentinas.

=> O aumento na correnteza e no nível da água também podem ser sinais de que uma cabeça d’água se aproxima.

=> É comum ouvir um estrondo antes do aumento do volume da água.

=> Repare no que flutua ao seu redor: antes da chegada da cabeça d’água, é comum ver uma quantidade maior de galhos e folhas boiando no rio.

*Gisele Barcelos é uma jornalista viajante, apaixonada por pesquisar novos destinos e montar roteiros para aventuras pelo mundo afora. Além do conteúdo para o portal do Jornal da Manhã, é autora do http://checklistmundo.com/ e do http://www.instagram.com/checklistmundo, onde compartilha dicas para ajudar todo mundo a viajar mais e melhor.

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