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A vida é um sopro

Não passou ainda nem o primeiro trimestre do ano e já tivemos incontáveis mortes,

Larissa Alves Correa
Publicado em 21/02/2019 às 23:13Atualizado em 17/12/2022 às 18:27
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 Não passou ainda nem o primeiro trimestre do ano e já tivemos incontáveis mortes, irreparáveis perdas e dezenas de famílias destruídas. Não fechamos ainda nem o primeiro ciclo, e temos um número alarmante de tragédias acontecendo. O que é um forte motivo de uma breve reflexão que venho compartilhar com vocês. O ano nos chama a atenção, para todas as vezes que perdemos a oportunidade de perdoar e amar incondicionalmente o próximo e, além disso, ser compassivo da dor do nosso semelhante.  Não devemos temer o 'mistério' que 2019 traz consigo. De fato, o ano entrou com uma certa força. A natureza revidando todos os desvios que sofreu ao longo dos anos, mostrando a força que tem e, infelizmente, fazendo vítimas.  É sobre essas vítimas que precisamos refletir. Pessoas que tinham planos e projetos, que estavam enfrentando momentos ótimos ou extremamente difíceis, e que partiram sem ao menos ter a oportunidade de se despedirem. Precisamos refletir sobre as vezes em que fomos mesquinhas, maldosos, orgulhosos e vingativos, e entendermos que sentimentos inferiores não nos enaltecem. É preciso evoluir, para que possamos compreender o que de fato levaremos desta efêmera passagem pela Terra. Precisamos aceitar que o dinheiro, os bens e os luxos podem até nos dar certo conforto e status em vida, mas que, no fim, iremos todos para o mesmo 'lugar'. Eu, particularmente, acho a morte um desaforo, um exagero. Parece uma punição por todos os erros que cometemos a longo prazo.  Você levanta cedo, nem café tomou e talvez, nem almoce. Está no meio de um tratamento dentário, marcou um jantar com a namorada, está ensaiando a valsa para a sua festa de formatura. E do nada... MORRE??  A troco de quê? E os e-mails que você ainda não leu? O livro que ficou pela metade?  As roupas que ficaram no varal? Os outros terão de organizar a sua bagunça, se desfazer de suas tralhas, e apagar as pistas que você deixou ao longo da vida. Logo você que adorava bater no peito e dizer "das minhas coisas, cuido eu!" A vida não segue o nosso cronograma, podemos ser tirados de cena a qualquer momento. A verdade é que estamos todos numa enorme fila, esperando pela nossa vez, nada se sabe a respeito da 'organização' desta fila, além das surpresas que ela nos traz. Quando se tem mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem vindo... Já não há muito mesmo a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas.  Ok, hora de descansar em paz. Mas antes de viver tudo? Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. E por isso, viva tudo o que há pra viver, permita-se. Acima de tudo, perdoe sempre, e aceite que o amor é a força mais poderosa do mundo!    Ah! E quanto aos familiares de todas essas vítimas, que tenham a nossa solidariedade e compaixão.                         Larissa A. Correia.                          Estudante.  

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