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Cooperação

Os seres humanos só dominam o mundo porque são capazes de colaborar entre si e com flexibilidade

Márcia Moreno Campos
Publicado em 16/11/2019 às 13:41Atualizado em 18/12/2022 às 02:00
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Os seres humanos só dominam o mundo porque são capazes de colaborar entre si e com flexibilidade. As revoluções geralmente são feitas por pequenas redes de agitadores e não pelas massas. Em 21 de dezembro de 1989, Nicolae Ceausescu, o ditador comunista da Romênia, organizou uma demonstração gigantesca de apoio no centro de Bucareste. O enfraquecido aparelho do partido mobilizou 80 mil pessoas para encher a praça central da cidade, e, sob aplausos da supostamente entusiasta multidão, Ceausescu subiu ao balcão acompanhado por sua mulher para proferir o discurso. Durante 8 minutos ele louvou as glórias do socialismo romeno e a si mesmo. Mas, de repente, ele interrompeu uma de suas longas frases e, de olhos arregalados, estupefato, se calou ao ouvir uma vaia na plateia. Ninguém sabe até hoje quem começou. O fato é que essa primeira vaia foi seguida por outras até que todos o vaiavam ao vivo na televisão romena. E foi assim que a Romênia comunista ruiu. (Fonte: Livro Homo Deus de Yuval Noah Harari). 

O Brasil está polarizado. De um lado os seguidores do presidente Bolsonaro e de outro o séquito de Lula, ex-presidente. Essa divisão bélica e perigosa exclui a cooperação, base do desenvolvimento. Existe uma paranoia no ar e tudo o que se faz ou se fala é entendido como partidarização a um ou a outro. No meio da polêmica estão os moderados, pejorativamente chamados de “isentões”, onde me incluo. É óbvio que nós, isentos ou moderados, temos nossas posições políticas, econômicas, ideológicas e de costumes. Só não tomamos partido de forma cega e submissa a um “mito” ou a uma “lenda”. Aos que veem esse distanciamento como tibieza da nossa parte, eu encaro como coragem, porque é muito mais fácil pertencer a uma tribo e ser aplaudido e protegido por ela do que ser independente, senhor apenas de seus princípios e valores. Quero como líder alguém que, sendo humano, reconheça erros, corrija rumos quando necessário for, dialogue e almeje a paz. Atos radicais, extremistas e de ódio não levam a nada. Servem apenas para acirrar os ânimos já tão exaltados. 

É preciso interromper essa polarização tão nefasta ao país. Uma vaia quebrou um império comunista de muitos anos na Romênia. Posicionamentos contundentes dos moderados podem fazer a diferença e contribuir para a união do povo brasileiro. Afinal, o lema não é colocar o Brasil acima de tudo?

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