ARTICULISTAS

O poder dos gestos

Nossos gestos falam por nós ao longo de nossas vidas

Márcia Moreno Campos
Publicado em 10/08/2019 às 09:51Atualizado em 17/12/2022 às 23:19
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Nossos gestos falam por nós ao longo de nossas vidas. Sejam gentis ou hostis, carregam um significado importante. Quando vou atravessar uma rua na faixa de pedestres e um carro para, me dando passagem, fico feliz e grata. Já os que não respeitam nosso direito de atravessar em segurança causam indignação e raiva. Porém, também me irrita ver pessoas no meio das ruas, longe das faixas de pedestres, tentando impor sua presença no meio do trânsito. Por que não respeitar as regras? Outro dia, enquanto caminhava, presenciei um carro diminuir a velocidade, abrir o vidro e atirar uma lata de cerveja bem no meio da avenida. Gritei, acenei e desejei ter asas para voar atrás desse imbecil. Esse é um gesto de absoluto descaso com a cidade e com o meio ambiente. Em contrapartida, ao entrar em uma sala lotada, onde eu tinha que aguardar minha vez, fiquei surpresa e bem impressionada quando um moço se levantou, cedendo-me seu lugar. Gentileza gera gentileza. 

No cenário político, gestos são usados em abundância para expressar ideologias e incitar confrontos, a meu ver, desnecessários. Por exemplo, inexiste a possibilidade de se discutir propostas e ideias com expoentes da esquerda brasileira sem que sejamos brindados com o manjado gesto de um “L” com as mãos, significando Lula livre. Ora, será que a esquerda se resume a isso? Não dá para deixar o destino de Lula nas mãos da Justiça e seguir com pautas positivas para o país?

Para esse estado belicoso muito tem contribuído o presidente do Brasil. Com frequência faz o gesto de arma com as mãos, mesmo quando se encontra em uma marcha dita para Jesus, o maior pacifista da história. E se os gestos são seguidos de palavras de provocação, discriminação e desrespeito ao outro, a coisa fica feia. É preciso quebrar essa prática tão nefasta ao entendimento e convivência harmoniosa do povo brasileiro. 

Quando chego ao prédio onde mora minha mãe, sou recebida por um porteiro sorridente, sempre com os dedos erguidos em forma de “V”, no conhecido gesto de paz e amor. Só isso melhora o meu dia. E é muita paz que eu desejo a todos os pais, especialmente hoje.

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