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Somos muitos

Somos mais de 7 bilhões de habitantes no planeta Terra; 211 milhões no Brasil

Márcia Moreno Campos
Publicado em 29/06/2019 às 10:40Atualizado em 17/12/2022 às 22:05
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Somos mais de 7 bilhões de habitantes no planeta Terra; 211 milhões no Brasil. Estima-se que até o ano de 2100 a população terrestre tenha quase dobrado de tamanho e continuado a crescer. Esse número significativo de seres humanos é facilmente observado por todos nós em simples atividades diárias. Para todo lado que vamos tem sempre uma fila nos esperando. O trânsito outrora tranquilo em cidades do interior, hoje é caótico e cruel, disputado por carros, motos, bicicletas e pedestres. Quando pensamos em viajar, o primeiro item a se colocar na mala é paciência, porque, independentemente do destino, sempre estará lotado. Nesse contexto, o que parecia impossível aconteceu. Um gigantesco congestionamento de alpinistas escalando o Monte Everest com trágicas consequências, como a morte de 11 deles. Empurravam uns aos outros e aguardaram horas em fila indiana sobre uma crista rochosa gelada e um abismo de milhares de metros ao lado. Há gosto pra tudo. 

Mas o paradoxo é que, a despeito de sermos tantos, o ser humano negligencia o meio ambiente, alheio ao fato de que a sua preservação é vital para a manutenção das espécies. Poluição causa mortes, e desmatamentos contribuem para o aquecimento global que, comprovadamente, é tão nocivo à nossa permanência neste planeta. Cada indivíduo pensa que é único e trata seu habitat de forma desprezível, produzindo lixo, descartando mal esse lixo, desperdiçando recursos naturais e vivendo o hoje como se não houvesse amanhã. Em 5 de junho foi comemorado o Dia Internacional do Meio Ambiente, com ações de alerta do que pode vir a acontecer se não adotarmos medidas de prevenção. Países se retiram de acordos globais para a manutenção das condições climáticas e desmentem dados científicos com argumentos financeiros e politiqueiros. A luta dos conscientes é atroz e vã. 

No nosso Brasil o descaso não é diferente. Na leva de Medidas Provisórias apresentadas no começo do governo do novo Presidente, uma delas, a de número 868, tratava de modernizar o sistema de saneamento básico no país. Simplesmente perdeu a validade por decurso de prazo. Não houve nenhum esforço governamental e nenhuma manifestação pública a seu favor. Isso em um país em que 72,4 milhões de pessoas moram em residências sem redes de esgoto. Um terço das casas no Brasil não tem escoamento por rede nem fossa. Após deixar caducar a medida, o Senado aprovou um projeto de lei sobre o assunto. Ele seguirá um rito lento até virar lei, porque não existe pressa quando o problema é dos outros.

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