ARTICULISTAS

Da servidão voluntária à paixão da igualdade

Ilcéa Borba Marquez
Publicado em 12/01/2021 às 21:21Atualizado em 18/12/2022 às 11:42
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Depois de meses infindáveis de submissão aos ordenamentos sociais eis que um novo ano se anuncia como dedicado à ação responsável de cada um e de todos ao bem-estar social, onde o ato de responsabilidade predominará em função da Paixão de Liberdade.

Nestes últimos meses, buscando uma síntese esclarecedora, observamos a seguinte sequência de fatos impostos a todos:

- supressão da carta constitucional;

- concentração do poder ao STF, facilitando “canetadas” predatórias;

- supressão da liberdade de imprensa;

- supressão das relações sociais;

- controle das comunicações em rede.

Trata-se, evidentemente, de um ataque frontal às liberdades individuais, uma tentativa de mudança de regime – de democrático para ditatorial/fascista. O homem foi contido a um pequeno espaço físico – o interior da sua casa, em total isolamento; proibido de exercer suas atividades de sobrevivência; em cárcere privado, em silêncio torturante. Todas as medidas foram tomadas em nome da saúde social frente à inadequação dos serviços de saúde – principalmente os serviços hospitalares e ambulatoriais – públicos e/ou privados.

Além disso as aulas foram suspensas e as escolas fechadas. Uma enorme equipe de fiscais foi contratada pelos governantes a fim de proibir e multar qualquer infração. A população foi constantemente vigiada e penalizada publicamente. Basta um pouco de bom senso para averiguar a insanidade de atitudes que excluem todos os momentos passionais da vida humana que é desde sempre um ser dividido entre a razão e a paixão. Essas medidas protetoras levaram o LUTO às todas as casas. Em pouco tempo, as consequências se imporam: tristeza, apatia, exageros na comida e na bebida; reações defensivas desastrosas, adoecimentos e até mesmo suicídios.

Durante todos estes meses de invasão devastadora do estado na vida do indivíduo e de sua família não houve espaço para o crescimento de todos, ao contrário vivemos uma infantilização forçada a partir do pressuposto de que o homem não sabe escolher o que é melhor para si mesmo e para o outro. O bem-estar de todos deve ser imposto, forçado. E todos que defendem esta crença fazem-no como denúncia: “Ele (o comerciante, o servidor) é o primeiro a infringir as leis, a não obedecer aos decretos...” Se observarem, o denunciante se coloca como o único que obedece e pensa no outro.

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