ARTICULISTAS

Para fortalecer a democracia

Dirceu Cardoso Gonçalves
Publicado em 19/05/2020 às 06:59Atualizado em 18/12/2022 às 06:24
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O ex-ministro Sergio Moro deveria agir para evitar que suas divergências virem munição para os petistas, especialmente os apeados pelo impeachment e por atos de corrupção que ele próprio, como juiz, apurou e julgou na Lava-Jato. E, também, cuidar-se para não servir aos que atacam o governo porque perderam as tetas onde o dinheiro público era mamado via propaganda estatal desnecessária, incentivo cultural a artistas que dele não necessitam e, principalmente, na deslavada corrupção.

Nomear (e demitir) ministros e ocupantes de cargos não concursados é ato discricionário do governante. O "erro" de Bolsonaro foi a dita "carta-branca" a Sergio Moro. E o de Moro, não considerar que a liberdade total oferecida por um recém-eleito é relativa e sujeita aos percalços no exercício do mandato.

Votei em Bolsonaro porque, em 2018, era a única opção viável para impedir a volta dos destituídos de 2016, muitos deles processados e condenados. Votaria hoje pela sua reeleição, mesmo com toda a campanha negativa que sofre e seus próprios arroubos. Depois de sua posse, estancou-se a sistêmica corrupção que corroeu o país por décadas e ocorre a reforma do Estado, que acontece apesar da dura resistência dos que perderam privilégios.

O fim da barganha de ministérios e cargos públicos por votos parlamentares é uma conquista que o governo proporciona aos brasileiros. Provê a administração pública de quadros competentes (não de meros afiliados políticos) e, de quebra, resgata a independência e a dignidade do Congresso Nacional. Sem a coação para vender seus votos, deputados e senadores restam libertos para legislar, fiscalizar os atos governamentais e, principalmente, honrar as promessas feitas ao eleitorado na hora de conquistar o voto.

Em 2022, com certeza, Jair Bolsonaro será candidato à reeleição. Dependendo do rumo que der à vida, Sergio Moro também poderá concorrer à Presidência. Torcemos que, além dos dois, outras lideranças surjam competitivas. Isso, se ocorrer, dará mais alternativas ao eleitor e, como lucro, fortalecerá a judiada democracia brasileira.

Quanto à saída de Moro e possíveis consequências, acalmem-se todos. É o oitavo ministro a sair do atual governo. Em poucos dias ninguém se lembrará disso. Rei morto, rei posto, é algo que se diz desde a Grécia Antiga, berço da civilização.

 

Dirceu Cardoso Gonçalves

Tenente; dirigente da ASPOMIL (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo)

 

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