Eu e a brisa

 Eu e a brisa

Fico pensando nos dias em que a chuva não cai... E com os palpites, que cada pessoa que trombo pela cidade tem ao fazer sua previsão, de que dia vai cair a tão esperada chuva para lavar a alma. Engraçadas as previsões de chuva feitas pelos jornais televisivos. A maioria deles só dá a previsão precisa e específica para as capitais do país. Então, não venhamos a acreditar que em Uberaba, uma das centenas de cidades do Brasil, a previsão vá bater, como, por exemplo, em São Paulo. Outra coisa são as previsões "midiáticas" mais "caseiras". Pelo que me falaram, o satélite brasileiro que está em cima da gente e que é o responsável pela previsão de tempo, fotos do território nacional, é o Brasilsat, que é mais velho do que o rascunho da Bíblia. Uma vez ouvi uma história num boteco do filho do pecuarista Mário Franco, o Júnior Franco, que ele estava assistindo a uma partida de basebol nos Estados Unidos em um estádio, e o placar eletrônico anunciou que ia interromper a partida por causa da chuva, que duraria meia hora. Não deu outra. Cumpriu-se o anunciado!! Aqui não temos muito desta tecnologia em âmbito nacional, apesar de muitas vezes acontecer o que o mapa do tempo nas televisões mostra. Agora voltando à história dos comentários das pessoas... Meu avô lá na progressista cidade de Pirajuba, me lembro bem quando era pequeno, de vez em quando acertava. Para mim, para se conhecer a chuva a olho nu tem que se ter, no mínimo, oitenta anos de vida, pois os antigos observavam a natureza. E, além disso, a natureza mudou. Cortaram-se as árvores nas lavouras, nos pastos, e isso agora quem paga o pato somos nós mesmos. Mas como dizia Djavan, "quem manda na chuva é o vento". E eu, como adoro a brisa, torço para que ela traga chuva, afinal ela tarda, mas não falta.

Ricardo de Minas Borges é jornalista e escreve quinzenalmente às sextas-feiras com exclusividade para o JM Online.