Força Roberto Carlos!

Despertei-me bem cedo, como sempre faço, e me deparei com a notícia triste do falecimento de Roberto Carlos Braga II, o Dudu Braga, filho do Rei Roberto Carlos.

Se o Rei está de luto, a partir desse 08/09/2021, todos nós estamos. Roberto é uma fortaleza e sabe conviver com o luto, que, de vez em quando, o ronda para desinteirar o seu clã. Intuição e superstições são matérias que ele tem e os mais próximos sabem o quanto são intensas.

No livro “O andarilho, quem é ele?” inseri sua música “O portão”, por entender que o Rei Roberto retratou como ninguém um andarilho que partiu de casa e depois de perambular resolveu voltar: “Eu cheguei em frente ao portão/Meu cachorro me sorriu latindo/Minhas malas coloquei no chão/ Eu voltei. Onde andei não deu para ficar/Porque aqui, aqui é meu lugar/Eu voltei pras coisas que eu deixei/Eu voltei...”.

Perguntei para o mundo (inclusive a Wanderlei, seu guitarrista), menos para Roberto Carlos, qual foi o motivo que o inspirou para compor “O portão”. Ninguém me dava a resposta. Eis que um dia, ao ouvir a nossa coirmã Rádio Jovem Pan, Dudu Braga era o entrevistado e deu a resposta correta à minha pergunta decana. “Papai estava separado de mamãe, Nice Rossi, e nos deixou morando numa casa no bairro Morumbi, em São Paulo. O tempo passava e ele não vinha nos ver. Só falávamos por telefone e a saudade era o tema de fundo das nossas conversas. Sem nos avisar, certo dia ele parou seu carro em frente à nossa casa, nosso cachorro que não o via há tempos foi ao portão recebê-lo. E aí começou a música”.

Não sou taquígrafo, e nem tinha gravador em mãos, mas procurei ser fiel ao máximo às palavras de Dudu Braga. Elas estão escritas dentro do livro, exatamente na página em que transcrevi “O portão”. Entreguei ao Rei um exemplar, através do seu empresário, quando RC se apresentou em Uberaba pela última vez, no Pavilhão Multiuso da ABCZ. Tenho uma rosa vermelha daquelas que ele distribui para a plateia nos finais dos seus shows.

Força, Roberto Carlos! Estamos com você!