Homem sem rumo
Um senhor, ao sair de casa, perdeu o próprio leme de direção e veio parar em Uberaba. Sebastião Rodrigues Bittencourt é o seu nome.
Recebi da Polícia Militar de Minas Gerais a informação de que o mencionado senhor se encontrava no Terminal Oeste do BRT em Uberaba. Com leves falhas de memória e literalmente abalado, o nosso “visitante” tinha como referência apenas a sua terra natal, Mandaguari, no Estado do Paraná, onde reside na Chácara São João (a 692 quilômetros de Uberaba). Em seu bolso ele guardava a cédula de identidade.
A PM constatou que Sebastião Rodrigues Bittencourt, 79, nada havia feito de errado. Confusões mentais à parte, narrou ele que ao chegar a Uberaba acreditou estar em Jandaia do Sul/PR (a 9.7km de Mandaguari). Aí sim lhe bateu o desespero. Seu destino seria Belo Horizonte, onde visitaria parentes.
As pessoas de bem que encontramos ao longo do nosso caminho é que nos dão a certeza de estarmos indo para o lugar certo. Atitudes relevantes tiveram os cabos Luciana Oliveira Luna Ferreira e Roger Pacheco Amorim, do 67º BPM, quando priorizaram a ocorrência. Primeiro, por se tratar de um ser humano de bem, e segundo, por estarem diante de uma pessoa idosa. Ao saber do tratamento humanitário dispensado ao homem que encontrou o seu rumo, pontuei aos policiais: esse pecúlio que depositaram no Banco de Crédito Universal há de lhes render dividendos por toda a vida.
Meus anos vividos me permitem concluir que: quando ajudamos o filho de alguém, Deus designa onde, quando e quem ajudará o nosso filho. Afirmo com absoluta certeza que os pais do Sr. Sebastião Rodrigues Bittencourt ajudaram o filho de alguém. Os policiais Luna e Roger foram os “designados” para amparar Sebastião aqui em Uberaba.
Em nosso terminal Rodoviário, na madrugada, certo passageiro jovem desceu de um ônibus e, meio atordoado, indagou-me o nome da cidade. Ao lhe dizer que era Uberaba, constatei o seu desespero, pois deveria ter descido em Orlândia/SP. Alguma coisa precisa ser feita! Eh... O Sr. Sebastião Rodrigues Bittencourt não está sozinho.
