ARTICULISTAS

Aí mora o talento!

João Eurípedes Sabino
Publicado em 07/08/2020 às 06:52Atualizado em 18/12/2022 às 08:31
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Toda profissão tem os seus jargões e palavreados próprios de quem a exerce, sendo fácil identificar o profissional praticante, bastando observar a terminologia que usa. É como falar um sotaque próprio de uma região, alguém ao ouvir e logo diz: “Esse aí é de tal região do Brasil”.

Ocorre, ainda, algo também muito particular, feito as impressões digitais que carregamos nos dedos. Esse algo é intrínseco e particular. Senão vejamos: é do profissional da saúde a palavra paciente, processo é do advogado; alvenaria, do engenheiro; aluno, do professor; anteprojeto, do arquiteto, e assim por diante. A lista é grande e vai loooonge.

O vocábulo notícia tem um dono que é o repórter.   Esse idealista enfoco aqui, por ver o esforço que ele dispende ao cumprir o múnus de informar. Devo dizer que em 1963 tive o meu primeiro contato com a imprensa ao ser entrevistado pelo professor Geraldo Miguel em seu programa “Divulgando Valores”, na rádio PRE-5. Ali vi que ao repórter não apraz dar notícias requentadas. Nunca mais me afastei da imprensa.

Hoje, vendo um membro da imprensa em serviço, principalmente da grande mídia, me ocorre um certo dó porque repisar o mesmo assunto há quase quatro meses é preciso ter “estômago de avestruz”. Pandemia cedo, ao meio-dia, à tarde, à noite, antes de dormir, durante a insônia, ao despertar, no café e o assunto vai rolando solto. Nesse meio, está o profissional da notícia com sua ferramenta de tirar água da pedra.

“Furos”, que os noticiadores tanto agradam dar a conhecer, acabaram. Se não acabaram, tornou-se ultradifícil despertar o ouvinte, o leitor ou telespectador para lhes dar uma notícia nova, se a pandemia tomou o espaço de tudo. Dizer que os profissionais da imprensa não estejam estressados é um contrassenso, pois quase todas as regras e padrões dos noticiários foram quebrados pela pandemia da Covid-19. Isso, para quem aprendeu a doutrina de divulgar fatos novos, faz doer na alma.

Dia desses, nesta página, coloquei os profissionais da saúde no patamar dos heróis por exercerem o sacerdócio a favor de nossas vidas. Na mesma galeria elevo os profissionais da imprensa que sempre estão onde está a notícia. Sem a emoção dos novos fatos, não lhes resta outra alternativa senão a de usarem o senso criativo, em meio a tanta mesmice.

Com um limão eles fazem uma limonada. Aí mora o talento! 

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